“Está atrasada” a construção de edifício no antigo Matadouro de Campanhã
Pedro Benjamim
A reconversão do antigo Matadouro Industrial de Campanhã anunciada para final de 2024 sofreu o primeiro atraso – publicamente anunciado – em março de 2023, atirando para o início de 2025 a conclusão da obra. Agora, a construção do edifício mais próximo do Mercado Abastecedor não está a seguir o calendário inicialmente previsto, avançou ao Porto Canal o vereador do Urbanismo da Câmara do Porto.
O terreno e os edifícios são públicos, mas concessionados ao setor privado, a cargo da Mota Engil, que o está a transformar num futuro centro empresarial e cultural.
Em declarações ao Porto Canal, o vereador com o pelouro do Urbanismo e Espaço Público da Câmara do Porto garante que um dos edifícios “está atrasado”. Pedro Baganha refere-se à estrutura que ficará junto à parede com o Mercado Abastecedor.
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A materialização do novo edifício é decisiva para construção do viaduto sobre a VCI, que permitirá a ligação do Matadouro à zona da estação de Metro Estádio do Dragão. A Infraestruturas de Portugal confirmou ao Porto Canal que já emitiu um parecer favorável à construção da nova passagem aérea sobre a Via de Cintura Interna.
Este novo edifício irá também receber escritórios e terá, para além do rés-do-chão, mais quatro andares, onde podem vir a trabalhar 414 pessoas, de acordo com informação disponibilizada na brochura do projeto.
“Houve ali que monitorizar o muro de separação com o Mercado Abastecedor”, explica o vereador do Urbanismo, avançando que “esse muro pode vir a determinar um ajuste na geometria do muro de separação entre as duas propriedades”.
Apesar deste imprevisto, Pedro Baganha refere que “a obra está a decorrer com normalidade”, garantindo que a autarquia está a “acompanhar a empreitada”.
A expectativa da Câmara do Porto é que, “pelo menos, os edifícios que são destinados ao município sejam entregues na data que estava prevista. Não temos notícia que isso não venha a acontecer”, afirma ao Porto Canal.
Depois de entregues, a autarquia terá que proceder a intervenções nos edifícios, no “interior do equipamento” para os preparar para receber reservas de arte, museus, auditórios e projetos de coesão social.
O Porto Canal tentou contactar a Emerge, empresa promotora do projeto, contudo, não obteve qualquer resposta da subsidiária da Mota Engil.
Reconversão do antigo Matadouro de Campanhã
O projeto consiste num edifício para acolher empresas, mas também reservas de arte, museus, auditórios, restauração e projetos de coesão social. Dos cerca de 26 mil metros quadrados, a reconversão prevê a utilização de cerca de 20.500 metros quadrados. Destes, 12.500 metros destinam-se a espaço empresarial, a ser explorados pela Mota-Engil, e o restante a espaços a serem explorados pelo município.
“Da área total, 60% será para negócios e vamos reservar 40% para nós. O que queremos fazer ali? Em primeiro lugar, arte pública, a Galeria Municipal”, explicava Rui Moreira, em junho de 2022.
O investimento de mais de 40 milhões de euros será integralmente assegurado pela Mota-Engil e no final dos 30 anos da concessão, o equipamento regressa à esfera municipal.
Em março de 2023, e após consulta das Infraestruturas de Portugal, a cobertura do novo centro empresarial e cultural de Campanhã teve que ser alterada, para não interferir com o normal funcionamento da VCI.
Já em setembro de 2023, era anunciado que o edifício onde atualmente está a 4ª esquadra da PSP será demolido.