Antigo Matadouro de Campanhã fica concluído em 2025 para abrir portas em 2026

Antigo Matadouro de Campanhã fica concluído em 2025 para abrir portas em 2026
Guilherme Toga | Porto Canal
| Porto
Porto Canal / Agências

A obra de reconversão do antigo Matadouro Industrial de Campanhã, no Porto, deverá estar concluída no final de 2025 e os espaços como galerias de arte, museus, escritórios e restaurantes deverão estar a funcionar no início de 2026.

Numa visita à obra, nesta quinta-feira, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou que a "parte principal do Matadouro estará pronta em 2024" e que a única derrapagem se prende com o edifício nas traseiras do complexo de ligação à estação de metro do Dragão, como o Porto Canal avançou na quinta-feira da semana passada.

"Verificou-se que o muro de apoio vai ter de ser reforçado, ou seja, estava a fazer uma 'barriga' que era alguma coisa que não era expectável e portanto é aceitável que nessa matéria derrape, mas na parte principal que nos diz respeito, vai-nos ser entregue no final do ano", referiu.

Em causa está a travessia por cima da Via de Cintura Interna (VCI), que ligará o complexo à estação de metro, nas imediações do estádio.

Segundo o autarca, os edifícios que ficarão sob a gestão do município serão entregues em bruto, isto é, sem acabamentos.

"Depois, vamos precisar de tempo, porque temos de fazer os acabamentos", referiu, dizendo serem necessários entre 12 a 15 meses para a galeria artística e o Museu das Convergências, onde ficará sediado o acervo da coleção Távora, começarem a funcionar.

"É provável que as empresas se instalem cá em 2026 e nós também, no início de 2026, devemos poder estar cá todos instalados", assegurou Rui Moreira, notando que a obra decorre "dentro dos prazos" garantidos pela Mota-Engil.

"Podemos dizer que no início de 2026 isto estará a funcionar plenamente, cumprindo as nossas expectativas", afirmou.

Rui Moreira destacou ainda que o espaço será ponto de encontro entre "o contemporâneo e a memória", ao manter na nave central as estruturas metálicas onde o gado era transportado, em alusão à atividade que ali decorreu durante 70 anos.

"O Matadouro é a cidade que nós queremos. Aqui encontro tudo, encontro a cultura, a coesão e a economia (...) Este é o projeto âncora não apenas para Campanhã, mas de um projeto político que na altura [em 2013 quando tomou posse para um primeiro mandato à frente da câmara] parecia um pouco improvável", acrescentou.

A visita foi acompanhada pelo arquiteto japonês Kengo Kuma, que assina o projeto de reconversão juntamente com os arquitetos portugueses OODA.

Aos jornalistas, o arquiteto afirmou que a obra pretende criar "um novo centro" na cidade e que um dos principais desafios se prendeu com a preservação do complexo.

Também presente na visita, o presidente do conselho de administração da Mota-Engil, Carlos Mota dos Santos, afirmou que fruto da pandemia da covid-19 e guerra se verificou uma subida de preços dos materiais de construção, que levaram a empresa a procurar "outras soluções", o que "alterou de alguma forma o projeto", como a cobertura que passará a ser "mais leve" face ao aumento do custo do aço.

"Em termos arquitetónicos, de conceito e de volumetria o projeto é exatamente o mesmo que foi a concurso", assegurou.

Questionado sobre a travessia por cima da VCI, Carlos Mota dos Santos assegurou que "a obra de arte" começará no final deste ano e decorrerá ao longo do próximo.

"No final deste ano está concluída a primeira fase de obra, no final de 2025 estará concluído o projeto todo", acrescentou.

O antigo matadouro irá designar-se M-ODU (Matadouro Outro Destino Urbano) e terá capacidade para albergar mais de 2.300 pessoas.

Onze edifícios serão destinados a escritórios, dois a galerias de artes e museus e outros dois a restaurantes. Haverá também espaços de 'coworking' e salas de conferência.

O muro do antigo matadouro será demolido e o complexo ficará aberto à zona Oriental do Porto, estando prevista a criação de uma praça pública, onde também ficará sediada a esquadra da PSP.

As máquinas escavadoras da Mota-Engil entraram em maio de 2021 no complexo, fruto de um investimento de mais de 40 milhões de euros, que será integralmente assegurado pela Mota-Engil. No final dos 30 anos da concessão o equipamento regressa esfera municipal.

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