Moreira volta a denunciar atrasos de “proporções intoleráveis” nas obras do Metro do Porto

Moreira volta a denunciar atrasos de “proporções intoleráveis” nas obras do Metro do Porto
| Porto
Ana Francisca Gomes e João Gomes

O presidente da Câmara do Porto voltou a demonstrar “crescente e significativa preocupação” quanto aos atrasos nas obras da Metro do Porto. Numa carta datada de 4 de janeiro a que o Porto Canal teve acesso, endereçada ao presidente do Conselho de Administração da empresa Tiago Braga, o autarca critica a condução e programação da empreitada, afirmando que é “impossível confiar” nos planos apresentados já que “nada está a ser cumprido”.

“É inevitável que se perca toda e qualquer confiança nos cronogramas apresentados, nas soluções construtivas propostas, assim como nas promessas de entrega do espaço público nas datas apresentadas”, conclui Moreira, após enumerar os atrasos nas várias frentes de obra da Metro do Porto relativas à nova Linha Rosa (que ligará São Bento à Casa da Música) e à construção do MetroBus.

Na carta enviada a Tiago Braga, datada de 4 de janeiro, o autarca portuense considera natural que em empreitadas desta natureza surjam derrapagens nos prazos “numa ou outra frente de obra”, mas lamenta que “nada siga de acordo com o plano previsto” e que estes atrasos estejam a assumir “proporções intoleráveis” na vida e economia da cidade.

Relatório da autarquia aponta para atrasos superiores a um ano

Face à preocupação expressa pelo executivo, Moreira escreve que foi solicitado aos serviços da Câmara do Porto a elaboração de um documento sobre os atrasos verificados em cada frente de obra, quer na empreitada da Linha Rosa, quer no BRT.

Em alguns troços, as conclusões do parecer apontam para derrapagens superiores um ano e meio, o que leva Moreira a afirmar que “nada do que foi planeado está a ser cumprido”.

O documento, a que o Porto Canal teve acesso, dá nota de um atraso de 621 dias na construção da galeria do Rio de Vila e de 244 dias na construção da futura estação da Praça da Galiza, por exemplo.

Túnel do Campo Alegre não fecha

Na reunião de executivo da passada segunda-feira, que aconteceu já após o envio desta carta, Tiago Braga esteve presente e esclareceu os vereadores eleitos quanto às fases das obras e o avanço dos trabalhos na Linha Rubi.

Em declarações prestadas à margem da reunião privada, o vice-presidente do município, Filipe Araújo, confirmou aos jornalistas que Tiago Braga garantiu que o corte do Túnel do Campo Alegre não vai acontecer e que está a ser estudado o desvio de uma estrutura de obra na Rua do Ouro para não bater com a catenária do elétrico.

O fecho do túnel será evitado com alterações no projeto da obra, neste caso uma das entradas da futura estação do Campo Alegre.

Este é um dos pontos que mais discussão gerou quanto ao processo de obra da nova Linha Rubi, uma vez que iria causar o agravamento dos problemas de trânsito na cidade. A alternativa da Metro do Porto surge para dar “resposta também ao pensamento da população do Porto, que se tem mostrado extremamente preocupada”, quanto aos impactos das obras do metro e os seus atrasos, salientou Filipe Araujo.

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