Notícia Porto Canal. “Novos” autocarros da UNIR chegam em segunda mão e estavam em uso em Lisboa

Notícia Porto Canal. “Novos” autocarros da UNIR chegam em segunda mão e estavam em uso em Lisboa
Porto Canal
| Porto
Catarina Cunha

Cerca de 40 autocarros que irão entrar ao serviço já na próxima sexta-feira sob nova marca de transportes metropolitanos do Porto UNIR chegaram em segunda-mão, apurou o Porto Canal. Em causa estão veículos da operadora Nex Continental, pertencente ao grupo Alsa, que estiveram até há pouco tempo ao serviço da Carris Metropolitana de Lisboa. Segundo o diretor-geral do grupo Alsa Juan Gomez Piña, os autocarros serviram a Carris Metropolitana “por um curto período de tempo” e “garantem total segurança, conforto e operacionalidade, dando resposta às necessidades” dos passageiros.”

Os veículos usados que chegaram ao Porto vindos da capital têm cerca de um ano e meio e foram já alvo de uma operação de rebranding para adotarem as cores e os símbolos da recém-criada marca UNIR, que irá uniformizar a operação dos transportes metropolitanos do Porto a partir da próxima sexta-feira, 1 de dezembro.

 
 
 
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A transferência dos autocarros em uso pela Carris Metropolitana para o Norte deveu-se ao facto de a operadora espanhola ter adquirido novos veículos, elétricos, para Lisboa, com recurso a fundos comunitários, como o POSEUR e o PRR.

No Porto, “não foi possível recorrer a esses apoios”, uma vez que “o processo de arranque do projeto UNIR decorreu numa fase posterior, já fora do tempo, para garantir esses mecanismos”, explica Juan Gomez Piña ao Porto Canal. Os veículos excedentários de Lisboa encontraram então no Porto um novo uso.

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Os veículos usados que chegaram de Lisboa têm cerca de um ano

O Portal Automóvel do Ministério da Justiça revela que a entidade detentora dos autocarros em causa nunca chegou a ser alterada e que os veículos foram adquiridos em maio do ano passado, apenas dois meses antes do início de operações da Carris Metropolitana, na Área Metropolitana de Lisboa.

No concurso internacional para a aquisição do serviço de transportes rodoviários metropolitanos do Porto, o grupo Alsa, de que faz parte a Nex Continental, ficou com o lote 2, que abrange os municípios de Gondomar, Valongo, Santo Tirso e Paredes, num total de 102 linhas. Ao todo, “vão estar a operar cerca de 350 motoristas”, sendo que 230 “vêm de empresas que operam na zona”, como por exemplo a Gondomarense, Valpi, Resende, entre outras. Os restantes 120, foram contratados pelo grupo espanhol. E é justamente neste conjunto que ficarão a operar os antigos autocarros da Carris Metropolitana.

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Frota da UNIR cumpre regras do concurso

Questionada pelo Porto Canal, a Área Metropolitana do Porto garante que a frota da rede da UNIR “corresponde às propostas que foram adjudicadas em resultado do concurso público internacional promovido pela AMP”.

“Estes veículos têm de ser devidamente caracterizados de acordo com o manual de imagem da marca UNIR e não podem ser utilizados para outros fins sem autorização da AMP”, completa a mesma entidade, sem confirmar se tinha conhecimento do local de proveniência dos autocarros.

Novos horários chegam com atraso

A poucos dias da entrada em funcionamento da UNIR, mantém-se a incerteza e os atrasos na disponibilização de horários da rede.

O presidente da Área Metropolitana, Eduardo Vítor Rodrigues, assegurou inicialmente que os horários chegariam na passada sexta-feira, dia 24 de novembro, e, mais tarde, na segunda-feira, 27 de novembro. Mas nenhum dos cenários se confirmou.

"Os horários serão conhecidos hoje [sexta-feira] mesmo. Dos horários, aquilo que eu posso dizer, tranquilizando as pessoas, é que todos aqueles que existiam mantêm-se, e são acrescentados uns tantos", frisou o também autarca de Vila Nova de Gaia.

Antes disto, já o Presidente da Câmara de Gondomar tinha avançado ao Porto Canal, na passada terça-feira, que “se tudo correr bem” os horários das novas linhas de autocarro seriam disponibilizados na quarta-feira, algo que também acabou por não acontecer.

Câmara do Porto critica “total descoordenação” da UNIR

No início da semana passada, a Câmara do Porto lançou fortes críticas que ensombram o arranque da nova marca UNIR.

Ao Porto Canal, fonte da presidência manifestou a preocupação da autarquia com o que considera ser a “total descoordenação” da gestão operacional da UNIR.Também o atraso na comunicação dos horários nas linhas dos autocarros e a informação equívoca sobre paragens foi objeto das críticas da autarquia portuense.

“Os horários são as peças fundamentais para que as pessoas possam planear todas as suas viagens, desde logo, transbordos eventualmente necessários”, vincou mais tarde o Município numa nota enviada à comunicação social.

 
 
 
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A nova rede, concessionada por lotes, irá substituir um modelo de concessões "linha a linha", que garantiam a coexistência de 30 operadores privados rodoviários na AMP, como por exemplo a Caima, AV Feirense, Transdev, UT Carvalhos, Gondomarense, Pacense, Arriva, Maré, Landim, Valpi, Litoral Norte, Souto, MGC, Seluve, Espírito Santo, entre outras deixarão as ruas da região urbana do Porto a 30 de novembro. 

Mas nem por isso é automática a sua extinção. Alguns dos novos lotes foram concessionados às “velhas” operadoras, que passarão agora a circular sob a marca comum “UNIR” e terão de cumprir as regras definidas pela Área Metropolitana do Porto.

A UNIR, que utilizará quatro dígitos para identificar as linhas e contará com autocarros azuis, brancos e pretos, promete colmatar as dificuldades de mobilidade existentes no Grande Porto.

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