O presidente de “Porto, o Nosso Movimento” está a ser alvo de fortes críticas que surgem não apenas do executivo da Câmara Municipal do Porto, onde figura como o número dois de Rui Moreira, mas também mo seio da própria associação cívica. Quem o diz é o jornal ‘Público’, que esta sexta-feira relata o desconforto sentido desde que Filipe Araújo assumiu de forma mais acérrima a sua propensão à liderança da quarta maior câmara do país.

De acordo com informações avançadas pelo ‘Público’, a mais recente quezília prende-se com condições impostas para a disputa eleitoral autárquica que terá lugar em 2025, na qual o vice-presidente da autarquia portuense deseja que os independentes que atualmente governam a cidade se apresentem com listas próprias, deixando assim de lado qualquer possibilidade de coligações antecipadas com outras forças partidárias.

O jornal ‘Público’ relata que esta notícia foi mal recebida, quer pelo movimento independente, quer pelo atual executivo camarário, sendo o engenheiro de 46 anos acusado de tentar sobrepor-se a Rui Moreira, que conta ainda com dois anos de mandato. Por sua vez, PSD e CDS, partidos que apoiam a associação cívica, também se terão mostrado desagradados com a posição assumida e que antecipadamente os coloca de fora de uma possível solução de projeto conjunto para a autarquia.

Em declarações ao ‘Público’, o responsável pelo pelouro da inovação e transição digital desvalorizou a situação, afirmando que percebe que “haja pessoas interessadas em fazer outras leituras das minhas palavras”, frisando que o “importante é dizer que o movimento tem um grande legado e ninguém perceberia que, em 2025, o movimento desaparecesse". “Temos trabalhado numa lógica de uma proposta para 2025 e tirar ilações sobre a forma como é que o movimento se apresenta daqui a dois anos é extemporâneo”, realçou.

Recorde-se que ao longo das últimas semanas o edil portuense tem sido apontado como um forte candidato às eleições europeias de 2024, enquanto líder da lista do PSD. Os sinais de aproximação entre independentes e sociais-democratas têm sido claros, sendo disso exemplo um jantar que no início do ano sentou à mesma mesa Rui Moreira e Luís Montenegro.