Obras do ‘metrobus’ da Boavista, no Porto, arrancam esta terça-feira. Trabalhos vão durar ano e meio

Obras do ‘metrobus’ da Boavista, no Porto, arrancam esta terça-feira. Trabalhos vão durar ano e meio
| Porto
Porto Canal / Francisco Graça

O projeto ‘metrobus’, uma linha de autocarros rápidos a hidrogénio verde que vai ligar a Rotunda da Boavista à Praça do Império e à Rotunda da Anémona, em Matosinhos, tem início das obras marcado para esta terça-feira, divulgou a Metro do Porto no seu site oficial.

São oito quilómetros totais em mobilidade “ecológica”, num investimento de 66 milhões de euros “totalmente financiado a fundo perdido pelo Plano de Recuperação e Resiliência”, especifica a Metro do Porto. Na Avenida da Boavista, o BRT – Bus Rapid Transit (nome técnico para o meio de transporte conhecido como ‘metrobus’) – vai funcionar com uma via dedicada, à semelhança de um troço de metro à superfície.

12 novas paragens no eixo Boavista-Império-Anémona

Esta terça-feira, é o “dia 1” para o metrobus no Porto: a construção da primeira linha, que vai da Rotunda da Boavista até à Praça do Império, contempla a construção de sete estações de superfície, e promete modificar radicalmente a forma de viajar por uma das mais importantes linhas rodoviárias da cidade do Porto.

Além da estação “Casa da Música”, vai ser construída a estação “Guerra Junqueiro”, “Bessa” e “Pinheiro Manso” – tudo no eixo da maior avenida do Porto. Depois, o ‘metrobus’ vira para a Marechal Gomes da Costa. Aí, a linha BRT passa a dividir a faixa de rodagem com carros, mas vai circular pela faixa mais à esquerda nos dois sentidos.

Porto Canal

As três estações da Avenida Marechal Gomes da Costa vão ser desenhadas pelo arquiteto Álvaro Siza Vieira. Ao longo de qualquer destas duas importantes artérias, o Metrobus virá substituir o serviço de autocarros da STCP

Na Avenida do Marechal Gomes da Costa vão ser construídas outras três paragens: “Serralves”, “João de Barros” e Império”. No total, a viagem de ‘metrobus’ entre a Casa da Música e a Praça do Império vai demorar 12 minutos.

Na segunda fase da construção do troço BRT, a Metro do Porto fará a ligação até à Praça da Cidade do Salvador (vulgarmente conhecida como rotunda da Anémona). Desde a estação “Pinheiro Manso”, o ‘metrobus’ segue sempre pela Avenida da Boavista, passando pelas novas paragens “Antunes Guimarães”, “Garcia de Orta”, “Nevogilde”, “Castelo do Queijo” e “Anémona”. Uma viagem integral neste troço vai durar 17 minutos.

18 meses de obra

Os trabalhos da Metro do Porto arrancam já e devem demorar ano e meio até ao fim do trajeto em “Y” no eixo Boavista-Império-Anémona. A obra na Avenida da Boavista vai ocupar o corredor de ‘bus’ e a via central de rodagem, mas a Metro garante que vão estar asseguradas, sempre e ao longo de todo o trajeto, duas vias de circulação rodoviária em cada sentido.

Os trabalhos ficam a cargo do consórcio ACA/Alves Ribeiro, as duas empresas que venceram o concurso público internacional promovido pela Metro do Porto.

Críticas e elogios

O novo modo de transporte que vai ser colocado em prática no Porto é uma ação conjunta entre três dos mais importantes atores da mobilidade na cidade: Câmara do Porto, Metro e STCP – a sugestão do traçado veio da autarquia, as obras são da responsabilidade da Metro, mas é a STCP que vai operar o ‘metrobus’. Para o município, o BRT “combina a eficácia, pontualidade e fiabilidade já conhecidas do Metro com a flexibilidade e o conforto da última geração do autocarro ecológico”, já que os veículos ‘metrobus’ não produzem emissões poluentes.

O sistema é visto, por muitos, como a solução para a principal via de ligação entre o centro da cidade e a zona da Foz, frequentemente condicionada pelo trânsito e sem serviço de metro.

Por outro lado, em maio do ano passado, um grupo de moradores da Avenida do Marechal Gomes da Costa demonstrou desconforto pela necessidade de se abaterem árvores na zona do Monumento ao Empresário para a conexão BRT. Outros moradores criticam o fim da ideia de se criar uma ciclovia na faixa bus. CDU e PSD lamentam, ainda, que se deixe de fora a zona do Campo Alegre, um eixo “de bairros sociais com muita população” que “merecia” ser servido pelo ‘metrobus’.

Rui Moreira e as obras que não podiam avançar

Para trás ficam as preocupações do edil da cidade. Numa carta à Metro do Porto em novembro do ano passado, Rui Moreira criticava “o impacto profundamente negativo gerado pela empreitada de construção da nova linha do metro” e lembrava que a Linha Rubi e a linha de metrobus da Boavista não poderiam ser “concomitantes com as obras ainda em curso e cujo real cronograma não pode ser aferido”.

Depois de uma reunião entre a Metro do Porto e o executivo municipal, as dúvidas de Rui Moreira parecem ter ficado esclarecidas.

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