Sem ciclovia, interface com o metro ou linha do Campo Alegre. Chovem críticas ao metrobus do Porto

Sem ciclovia, interface com o metro ou linha do Campo Alegre. Chovem críticas ao metrobus do Porto
| Porto
Francisco Graça

A estação de metrobus da Casa da Música não terá ligação à correspondente estação de metro, confirmou o Porto Canal junto da Metro do Porto. Para fazer a ligação entre as duas modalidades de transporte vai ser preciso percorrer, ao ar livre, um pouco mais de 500 metros.

Esta tem sido uma crítica consistente, tanto nas redes sociais como entre residentes portuenses entrevistas pelo Porto Canal, no dia em que se iniciaram oficialmente as obras que vão levar o metrobus - uma linha de autocarros a hidrogénio verde - à Avenida da Boavista.

Ligação à linha de metro por fazer

A falta de ligação do novo projeto de metrobus à linha de metro da cidade é um ponto crítico. Vai ser na estação da Casa da Música que se ligará a Rotunda da Boavista à Praça do Império, no início, e à Anémona, em Matosinhos, numa segunda fase do projeto, mas quem quiser continuar para o centro da cidade vai mesmo ter de sair do metrobus e deslocar-se 500 metros até à estação de metro que já existe nas traseiras da Casa da Música. Para muita gente, uma situação "incompreensível".

Na rede social Twitter, logo aquando da apresentação do projeto da autoria conjunta da Metro do Porto e da Câmara Municipal gerida por Rui Moreira se deixou claro que uma “falha” de conetividade era uma oportunidade perdida e um "desgosto".

Os planos de inserção do BRT - Bus Rapid Transit (nome técnico para o meio de transporte conhecido como ‘metrobus’) – na Rotunda da Boavista deixam ainda dúvidas: a inversão do autocarro parece ser feita na própria rotunda, em contramão.

Porto Canal

O fim das ciclovias

A obra de metrobus não antecipa ciclovias na Avenida, segundo o projeto apresentado pela Metro do Porto e pela autarquia. Atualmente, existe uma via dedicada às bicicletas entre o Castelo do Queijo que passa pelo Parque da Cidade, mas a Metro do Porto, em declarações ao jornal Público, admite não saber ainda como vaio integrar o canal ciclável com o resto do projeto BRT. O restante caminho até à Casa da Música não deverá ter espaço para se criar uma ciclovia.

Campo Alegre sem serviço

A zona do Campo Alegre e as zonas habitacionais densamente povoadas que segue o eixo da rua de Diogo Botelho não vão ser servidas nem por metro, nem por metrobus. Houve um projeto pensado para expandir a oferta de transportes públicas na zona, mas a Metro do Porto alegou dificuldades infraestruturais para a construção de uma via dedicada.

Tanto o PSD como a CDU deixaram críticas ao executivo de Rui Moreira em abril de 2021, aquando da discussão da implementação do BRT, e até o ministro da Saúde Manuel Pizarro, na altura vereador do PS, disse preferir o metrobus no Campo Alegre à construção na Boavista.

No total, são oito quilómetros em mobilidade “ecológica”, num investimento de 66 milhões de euros “totalmente financiado a fundo perdido pelo Plano de Recuperação e Resiliência”, especifica a Metro do Porto. A viagem de metrobus entre a Casa da Música e a Praça do Império vai demorar 12 minutos. Entre a Rotunda da Boavista até à Anémona serão 17 minutos de viagem.

18 meses de obra

Os trabalhos da Metro do Porto arrancam já e devem demorar ano e meio até ao fim do trajeto em “Y” no eixo Boavista-Império-Anémona. A obra na Avenida da Boavista vai ocupar o corredor de ‘bus’ e a via central de rodagem, mas a Metro garante que vão estar asseguradas, sempre e ao longo de todo o trajeto, duas vias de circulação rodoviária em cada sentido.

Os trabalhos ficam a cargo do consórcio ACA/Alves Ribeiro, as duas empresas que venceram o concurso público internacional promovido pela Metro do Porto.

+ notícias: Porto

145 dias de UNIR. O relato na primeira pessoa dos utentes que esperam e desesperam

1 de dezembro de 2023. Depois de sucessivos adiamentos, arrancava a operação da rede UNIR, um projeto de 17 municípios que juntava num único serviço e imagem todos os transportes públicos rodoviários da área metropolitana do Porto, com exceção da STCP. Mais de quatro meses depois, a empresa está longe de atingir os objetivos a que se propôs. Diariamente, milhares de utilizadores contestam o compromisso assumido pela UNIR de garantir “uma nova forma de mobilidade” que se materialize em “mais linhas, mais horários, maior cobertura, mais conforto e mais amiga do ambiente”.

Incêndio em colégio no Porto já está extinto

O incêndio que deflagrou ao início da tarde de deste domingo no Colégio Flori, no Porto, "já está extinto" e em fase de rescaldo e ventilação, adiantaram ao Porto Canal as autoridades.

Last Folio: as duras memórias do Holocausto 

O Museu e Igreja da Misericórdia do Porto acolhem a exposição internacional LAST FOLIO acompanhada por um documentário, que mostra as memórias do Holocausto. A exposição do fotógrafo Yuri Dojc e da cineasta Katya Krausova, pode ser visitada até novembro.