Demolição do Mercado de São Sebastião avança no início de 2024

Demolição do Mercado de São Sebastião avança no início de 2024
| Porto
Ana Francisca Gomes

As operações de demolição do edifício do Mercado de São Sebastião, junto à Sé, vão avançar no início de 2024. O futuro daquela área do Centro Histórico aguarda por novos planos para a Avenida da Ponte. Enquanto não é relançada a anunciada discussão, a Câmara do Porto vai tratar dos “arranjos exteriores necessários para substituir o edifício”. Com o desaparecimento da estrutura, é oficialmente o fim de um dos mais antigos mercados da invicta: o antigo Mercado de Levante da Rua Escura.

Foi a 24 de julho de 2023 que o executivo municipal aprovou por maioria o encerramento deste mercado e o pagamento de indemnizações às cinco comerciantes que continuavam a vender no espaço. Em novembro, o vereador com o pelouro do Urbanismo e do Espaço Público Pedro Baganha avançou ao Porto Canal que “não havia qualquer viabilidade” para que o edifício fosse reabilitado e que a demolição será o seu destino.

“Não acredito que consigamos começar a demolição este ano [2023] , mas em 2024 será certamente demolido e o objetivo é termos até ao verão do próximo ano a situação já resolvida, já com os arranjos exteriores necessários que venham substituir o edifício”, afirmou à data o vereador. O início de 2024 continua a ser o período temporal indicado para o arranque das operações, esclareceu a autarquia ao Porto Canal.

Este é um dos mercados mais antigos na Invicta. Surgiu do antigo Mercado de Levante da Rua Escura, que era de venda ambulante e ladeava a Sé. Estendia-se pela Rua Escura e também pela Rua de S. Sebastião, e nele foram sendo progressivamente instaladas barracas provisórias. A estrutura de betão que marca a paisagem nos dias atuais, contudo, é mais recente.

Porto Canal

No despontar dos anos 1980, o Comissariado para a Renovação Urbana da Área de Ribeira/Barredo (CRUARB) decide extinguir o este Mercado da Rua Escura devido à sua “indisciplina, atropelos de ordem higiénica, obstrução ao trânsito de veículos e peões e ainda por razões da sua localização em zona histórica da cidade”. É lançado então um concurso para a construção de um edifício para acolher estes comerciantes. Em documentos do CRUARB, guardados agora no Arquivo Histórico Municipal do Porto, são disponibilizados dados de mais de uma centena de comerciantes que vendiam naquela rua - número que contrasta com as cinco comerciantes que restavam antes do encerramento, agora em 2023.

O mercado foi projetado pelo arquiteto António Moura em 1986, e começou por ser um conjunto de bancas com coberturas em pirâmide individuais. A estrutura atual foi fruto de uma reestruturação no ano de 1995.

Porto Canal

O edifício mantinha-se aberto nas manhãs de terça a sábado, mas pouca gente aparecia por lá nos últimos anos. Às cinco comerciantes que ali resistiam valia-lhes algumas freguesas amigas e um ou outro turista curioso, contavam na altura ao Porto Canal.

“Neste momento aquilo é um corpo estranho, um corpo anacrónico fora do seu tempo. Parece-me, de facto, que já não responde às necessidades daquele território” justificou o autarca, que recordou a vontade de sair também expressa pelas próprias vendedoras.

A autarquia, explicou Baganha, equacionou todas as possibilidades para a transformação daquele edifício. “Chegou-se à conclusão de que não havia qualquer viabilidade para a manutenção (...) a melhor opção é assumir que o edifício cumpriu a sua função e que neste momento se tem de pensar naquele território de uma outra forma.”

 
 
 
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