Revolução nos transportes da AMP. UNIR substitui cerca de 30 operadores privados da região

Revolução nos transportes da AMP. UNIR substitui cerca de 30 operadores privados da região
| Norte
Porto Canal

A nova rede de autocarros da Área Metropolitana do Porto, denominada UNIR, entra em serviço esta sexta-feira, depois de um concurso público lançado em 2020, determinando uma ‘revolução’ no transporte rodoviário de passageiros na região.

O contrato superior a 311 milhões de euros é válido por 7 anos, e põe fim a um modelo de concessões linha a linha herdado de 1948.

A nova rede metropolitana de autocarros operará em todos os concelhos da AMP, com exceção do Porto (tirando no início e fim de linhas), onde os STCP detêm a exclusividade da operação dentro do município. A rede opera em Arouca, Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Oliveira de Azeméis, Paredes, Póvoa de Varzim, Santa Maria da Feira, Santo Tirso, São João da Madeira, Trofa, Vale de Cambra, Valongo, Vila do Conde, Vila Nova de Gaia e ainda nas ligações para os municípios vizinhos.

A rede da UNIR utilizará quatro dígitos para identificar as linhas, seguindo uma lógica de atribuição por concelho, e contará com autocarros azuis, brancos e pretos em toda a AMP, começando a operar esta sexta-feira, tentando colmatar as dificuldades de mobilidade existentes no Grande Porto.

 
 
 
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Os operadores privados substituídos pela UNIR

A nova rede, concessionada por lotes, irá substituir um modelo de concessões "linha a linha", que garantiam a coexistência de 30 operadores privados rodoviários na AMP, como por exemplo a Caima, AV Feirense, Transdev, UT Carvalhos, Gondomarense, Pacense, Arriva, Maré, Landim, Valpi, Litoral Norte, Souto, MGC, Seluve, Espírito Santo, Moreira Gomes & Costas, Auto Viação do Minho, Albano Esteves Martins & Filhos, A. Nogueira da Costa, lbano Esteves Martins & Filhos, entre outros.

A Transdev estabeleceu-se em Portugal em 1997, conquistando o concurso para a operação e manutenção do Metro do Porto, através do consórcio Normetro. Presente em todo o território de Portugal continental, apresenta especial incidência nas regiões Norte e Centro, operando em carreiras que serviam os concelhos de Arouca, Maia, Oliveira de Azeméis, Porto, Póvoa de Varzim, São João da Madeira, Santa Maria da Feira, Santo Tirso, Trofa, Vale de Cambra, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia.

A Auto Viação Feirense, Lda foi fundada em 1936 por um grupo de empresários que se dedicavam ao transporte de passageiros. Uniram-se e fundaram a empresa, habitualmente chamada de Feirense. A linha Porto-Arouca foi sempre uma das principais rotas. Atualmente a empresa apresentava concessões nos concelhos de Santa Maria da Feira, Porto, Gaia, Espinho, Gondomar, Arouca, Castelo de Paiva, Ovar e S. João da Madeira.

Outra das empresas de transporte que ‘sofreu’ com a chegada da UNIR é a Valpi. A sua atividade arrancou em agosto de 1926, operando quer em transporte regular urbano quer interurbano de passageiros, nas áreas dos Concelhos do Porto, Penafiel, Valongo, Paredes, Lousada, Amarante e Matosinhos.

A histórica Gondomarense é outra dos operadores privados que vê a sua atividade alterada com a nova rede, como noticiado pelo Porto Canal. Surgiu em 1939 em gesto de homenagem aos filhos da terra, os gondomarenses, e passados 84 anos continua a servir Gondomar. Até aos dias de hoje, a transportadora operava em carreiras que também serviam os concelhos limítrofes a Gondomar, como Valongo e Ermesinde.

 
 
 
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Outra das mudanças em curso dá-se em Matosinhos, na Maré. Lançada em 2019 como parceria entre Grupo Resende e Grupo Barraqueiro a empresa operava 23 carreiras que anteriormente eram efetuadas sob a chancela Resende Urbanos, mantendo maioritariamente a respetiva numeração (104-135).

O clima de revolução nos transportes acontece também em Gaia, nomeadamente na União de Transportes dos Carvalhos (UTC). A transportadora surge da fusão de várias empresas que operavam em Gaia, nomeadamente a Correia e Costa, Lda, a José Domingues de Carvalho e a Oliveira Fernandes e Ribeiro,Lda. Entre as décadas de 60 e 90, a empresa expandiu o seu negócio com a compra de novos autocarros, adquirindo as empresas Auto Viação de Lamas, Lda.; Auto Viação Grijó, Lda. e criando a Agência de Viagens. Posteriormente, a empresa estendeu a sua atividade às viagens internacionais, sendo por isso sócia fundadora da Internorte. A sua atividade centra-se no concelho gaiense.

Ainda no concelho gaiense, também a Espírito Santo - Autocarros de Gaia não escapa à remodelação em curso. A transportadora nasceu no final da 1ª República (1926) quando Joaquim, Aurélio e Jorge, os três filhos de um ferreiro com oficina na rua do Parque da República, adaptaram uma carrinha de carga Ford T, ao transporte de 14 passageiros, e começaram a transportar clientes dos Carvalhos para o Porto.

A atividade de transporte de passageiros é levada a cabo através da exploração de carreiras regulares, concedidas no âmbito de concessões atribuídas pelo IMTT, que cobrem a maioria da área urbana do concelho de Gaia, sendo responsável pelo transporte diário de mais de 30 mil pessoas.

A Maia Transportes é outra companhia que vê o seu serviço condicionado. A empresa opera a Área Metropolitana do Porto, nos concelhos da Maia, Porto, Matosinhos, Trofa e Valongo, com mais de 12 linhas em funcionamento, transportando mais de um milhão de passageiros por ano.

Outras das empresas afetadas é o grupo MGC – Transportes. Nasceu em julho de 2008 com o iniciar da exploração conjunta de três empresas com ampla experiência e reconhecimento no sector, fundadas no início do século XX: "Moreira, Gomes & Costas", "Auto Viação Sandinense" e "Oliveira Fernandes & Ribeiro". Assegurava as deslocações inter-concelhias entre Santa Maria da Feira, Vila Nova de Gaia e Porto e intra-concelhias nas freguesias do Concelho de Vila Nova de Gaia: Lever, Crestuma, Sandim, Avintes, Pedroso, Vilar de Andorinho, Oliveira do Douro e Olival.

Extinção definitiva?

Mas nem por isso é automática a extinção de cada uma destas empresas. Alguns dos novos lotes foram concessionados às “velhas” operadoras, que passarão agora a circular sob a marca comum “UNIR” e terão de cumprir as regras definidas pela Área Metropolitana do Porto.

Na nova numeração as linhas terão quatro dígitos, seguindo uma lógica de atribuição por concelho, para cada um dos 16 servidos pela nova rede. Apesar do acrescento de um dígito, os municípios mantêm o mesmo inicial das suas linhas: 5 em Matosinhos, 6 na Maia,7 em Valongo, 8 em Gondomar e 9 em Vila Nova de Gaia.

Ainda assim, este é um processo que tem gerado controvérsia, nomeadamente no que diz respeito à disponibilização de horários das paragens de autocarro, apesar das sucessivas datas apontadas pelos diferentes representantes.

E mais recentemente, o Porto Canal avançou que cerca de 40 autocarros que irão entrar ao serviço já na próxima sexta-feira sob nova marca de transportes metropolitanos do Porto UNIR chegaram em segunda-mão. 

 
 
 
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Em causa estão veículos da operadora Nex Continental, pertencente ao grupo Alsa, que estiveram até há pouco tempo ao serviço da Carris Metropolitana de Lisboa. Segundo o diretor-geral do grupo Alsa Juan Gomez Piña, os autocarros serviram a Carris Metropolitana “por um curto período de tempo” e “garantem total segurança, conforto e operacionalidade, dando resposta às necessidades” dos passageiros.”

O território da AMP foi dividido em 5 lotes. Em cada um deles vai operar uma nova empresa de transportes que ganhou a concessão na sequência de um Concurso Público Internacional lançado em 2020. Ao todo serão vão existir 439 linhas, servindo 11500 pontos de paragem, com uma frota de 680 autocarros.

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