Alta velocidade é compatível com projetos da Câmara do Porto para ramal da Alfândega

Alta velocidade é compatível com projetos da Câmara do Porto para ramal da Alfândega
| Porto
Porto Canal/Agências

A inserção da nova ponte da linha ferroviária de alta velocidade em Campanhã é compatível com qualquer um dos projetos previstos para o ramal da Alfândega pela Câmara do Porto, segundo uma resposta da autarquia à agência Lusa.

"A entrada da LAV [linha de alta velocidade] irá permitir qualquer uma das soluções de mobilidade que o município vier a adotar para o ramal de Alfândega", pode ler-se na resposta que a autarquia enviou na segunda-feira à Lusa.

A Câmara do Porto assegura que "com a evolução dos estudos em curso para implementação da Linha de Alta Velocidade e respetiva estação, designadamente no âmbito do desenvolvimento do Plano de Urbanização de Campanhã, será assegurada a compatibilização entre o projeto da alta velocidade e a utilização do ramal da Alfândega".

No parecer da Divisão de Desenvolvimento Urbano da Câmara do Porto no âmbito da consulta pública do estudo prévio do projeto alta velocidade ferroviária entre o Porto e Aveiro, aquela divisão refere que seriam "propostas as medidas necessárias tendo em vista assegurar a futura utilização deste ramal", no âmbito da construção da nova ponte rodoferroviária sobre o Douro, com entrada na estação de Campanhã (que será ampliada).

O projeto da alta velocidade ferroviária, que prevê ligar Porto e Lisboa em cerca de uma hora e 15 minutos, inclui a construção de uma nova ponte sobre o rio Douro com dois tabuleiros, um para uso rodoviário (à cota baixa) e outro para fins ferroviários (à cota alta), entrando no Porto junto à zona do ramal da Alfândega.

O ramal liga Campanhã a Miragaia num percurso misto em túneis e a céu aberto, e está desativado desde 1989, tendo sido utilizado para o transporte de mercadorias até à Alfândega do Porto.

Em setembro do ano passado avançou a obra de estabilização da escarpa adjacente ao ramal, por 1,25 milhões de euros.

Em abril de 2021, o município do Porto promoveu uma iniciativa sobre o destino a dar ao ramal da Alfândega, apresentando duas soluções que o presidente da Câmara, Rui Moreira, considerou poderem ser conciliáveis: um canal de transporte público e zona de lazer pedonal e ciclável.

A primeira proposta apresentada aposta na reconversão do canal num percurso pedonal e ciclável entre Miragaia e Campanhã, propondo ainda a utilização de ligações mecanizadas que permitam ligar a cota baixa à cota e alta da cidade, a instalar na escarpa a sul, na Rua Duque de Loulé, na Calçada das Carquejeiras, na zona compreendida entre as Fontainhas e a Ponte D. Maria Pia e na Calçada do Rêgo Lameiro.

Na segunda proposta, a autarquia estudou a hipótese de aproveitamento do ramal para o transporte público, numa solução de mobilidade elétrica, que pode ou não ser feita em carris, com um máximo de três estações - Alfândega, Fontaínhas e Campanhã.

O transporte teria uma frequência de oito minutos, demorando apenas cinco minutos a percorrer o ramal, num cenário em que o parque de estacionamento junto à Alfândega seria transformado numa "alameda pedonal arborizada".

Em agosto de 2022, a IP disse à Lusa que o projeto da Alfândega relaciona-se também com a análise da utilização futura da Ponte Maria Pia como via pedonal e ciclável, a fazer entre a IP e os municípios de Vila Nova de Gaia e do Porto.

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