Megaprocesso de corrupção ensombra a Luz

Megaprocesso de corrupção ensombra a Luz
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Porto Canal

Crimes de corrupção desportiva, manobras com vista à adulteração de resultados, subornos a adversários e junto do setor da arbitragem, violação do sistema judicial, alegado tráfico de influências sobre juízes, transferências de milhões de euros para Sacos Azuis e não só… são muitas e muito diversas as suspeitas que pendem sobre a instituição e as principais figuras do Sport Lisboa e Benfica (SLB) ao longo dos últimos anos.

O adiamento da leitura do acórdão do e-Toupeira surgiu poucas horas depois de ser conhecida a instauração de um megaprocesso de corrupção centrado nas épocas desportivas em que os encarnados se sagraram Tetracampeões Nacionais de futebol pela primeira vez - ou seja, entre 2013 e 2017.

A gigantesca investigação segue os trâmites legais no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e agrega os processos dos e-mails (documentos comprometedores envolvendo árbitros, delegados, dirigentes da Federação, Liga e outros, revelados em primeira mão pelo Porto Canal), Mala Ciao (alegado esquema de manipulação da verdade desportiva através do aliciamento de atletas adversários) e os Vouchers (ofertas a árbitros, nomeadamente jantares, que ultrapassariam largamente os limites impostos pela UEFA).

É chegada a hora de recapitular. Apesar de se tratar do principal beneficiário, o Benfica é o grande ausente da fase final do e-Toupeira. Não tendo sido constituída arguida no processo em que os funcionários judiciais José Silva e Júlio Loureiro eram suspeitos de acesso indevido, corrupção passiva, favorecimento pessoal, peculato e violação de segredo de justiça em troca de bilhetes para jogos do Benfica oferecidos por Paulo Gonçalves, a Sociedade Anónima Desportiva (SAD) encarnada escapou ao banco dos réus e nenhuma decisão do tribunal poderá afetar diretamente o SLB, visto que o assessor jurídico abandonou a Luz entretanto.

Nem assim os benfiquistas poderão respirar de alívio. Tudo começou num programa da TVI24, quando o presidente do Sporting denunciou no “Prolongamento” as ofertas aos árbitros, delegados e observadores encarregados dos jogos da equipa principal na Luz e da equipa B no Seixal. O famoso “Kit Eusébio” era composto por uma camisola e quatro refeições no restaurante Museu da Cerveja que, “só em jantares deve rondar 140 mil euros por ano. Em prendas, deve rondar um quarto de milhão de euros", acusou Bruno de Carvalho em outubro de 2015.

Por iniciativa da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), o caso seguiu para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidiu seguir os exemplos do Tribunal Arbitral de Desporto (TAD) e do Conselho de Disciplina (CD) ao arquivar um dossiê que prossegue na justiça civil e chegou a motivar buscas da Unidade de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária (PJ) ao Estádio da Luz em 2016.

Um ano volvido, noutro estúdio televisivo, tiveram início as revelações dos famosos e-mails entre funcionários do Benfica. Nas inúmeras trocas de correspondência interna, altos quadros benfiquistas comunicavam por código com figuras do futebol - como são exemplos Ferreira Nunes (ex-responsável pela classificação dos árbitros), Nuno Cabral (ex-árbitro e delegado da Liga) ou, entre outros, o ex-árbitro Adão Mendes. O escândalo rebentou em junho de 2017, mês em que Francisco J. Marques descreveu um alegado esquema de corrupção do Benfica para favorecer árbitros.

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O atual presidente do Benfica, Rui Costa, e o ex-presidente, Luís Filipe Vieira, detido e afastado do clube em julho de 2021

Quem também acabaria favorecido seria Rui Rangel. Quem o diz é a acusação. Investigado por crimes de tráfico de influência, o juiz desembargador é suspeito de ter intercedido num processo fiscal relacionado com as empresas de Luís Filipe Vieira (ex-presidente do SLB). Como contrapartida, Rangel teria a promessa de um cargo na futura Universidade do Benfica. O caso motivou a constituição de ambos como arguidos, tal como o “vice” benfiquista Fernando Tavares, e levou a Judiciária a voltar à Luz e a visitar as casas de Vieira, Rangel e companhia.
Dias depois de o e-Toupeira ter vindo à superfície, nasceu o Mala Ciao. A 25 de junho de 2018, a PJ e o Ministério Público realizaram mais 24 diligências junto de quatro clubes: Vitória de Setúbal, Paços de Ferreira, Desportivo das Aves e ao sempre presente Benfica. As buscas tinham por base suspeitas de corrupção desportiva e como suspeito número um o emblema encarnado. A tese de que o SLB subornou atletas de outros clubes para vencerem o FC Porto mantém-se de pé e promete voltar a fazer correr tinta.

Enquanto isso não acontece, resta aguardar pelo próximo 25 de janeiro para conhecer o desfecho do primeiro processo que arrasta o nome do Benfica pela lama. Ainda que à SAD nada possa acontecer… para já.

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