Caso E-Toupeira. Tribunal confirma condenação de Paulo Gonçalves
Porto Canal
Paulo Gonçalves, ex-assessor jurídico do Benfica, viu esta terça-feira o Tribunal da Relação de Lisboa confirmar a sua condenação de dois anos e seis meses de pena suspensa por crimes de corrupção no processo E-Toupeira.
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Para os juízes desembargadores Rui Coelho, Alda Casimiro e Luís Gominho, as ofertas do funcionário do Benfica, mesmo que não tendo um elevado valor monetário, “são claramente relevantes para um adepto do clube”, seja pela “própria proximidade ao Benfica, a familiaridade com o espaço da Luz, da equipa, do futebol”.
“Qualquer adepto do futebol gostará de sentir-se próximo da equipa, do clube da sua preferência. Qualquer fã de uma banda musical gostará de estar próximo dos seus momentos em palco ou fora dele. Qualquer entusiasta cinematográfico valorará a possibilidade de estar presente na criação de um filme”, pode ser lido no acórdão dos juízes desembargadores.
“Esta proximidade, ainda que não seja traduzível em valor monetário, e pareça desprezível, tem um conteúdo que ao qual o cidadão comum concede um valor. O acesso gratuito, ainda que a pequenos artigos, de reduzido valor, é um factor de satisfação pessoal que configura uma clara vantagem relativamente aos demais. Vantagem essa que tem relevo pela indisponibilidade para o comum dos cidadãos”, realçaram Rui Coelho, Alda Casimiro e Luís Gominho.
A avalanche de processos judiciais em que o Benfica se tem visto envolvido obriga, no entanto, a que seja dado um passo atrás. Que caso é este afinal e como é que foi possível ao clube encarnado escapar à justiça?