Associação aponta que aterro da Recivalongo está impedido de receber resíduos

Porto Canal
O aterro da Recivalongo, em Valongo, está desde segunda-feira impedido de receber quaisquer tipo de resíduos, revelou esta sexta-feira à Lusa fonte da associação Jornada Principal, que desde 2019 luta pelo encerramento daquele equipamento com denúncias de crime ambiental.
Segundo a fonte, a empresa que gere o aterro em Sobrado enviou um e-mail aos clientes a informar dessa impossibilidade e a indicar que os resíduos podem ser depositados nos aterros de Lousada e de Riba d’Ave.
A Lusa tentou obter um esclarecimento da Agência Portuguesa do Ambiente sobre esta questão, dado caber-lhe a responsabilidade dessa gestão, mas até ao momento não foi possível.
Do mesmo modo, também não foi possível ter a posição da Recivalongo sobre o assunto.
Em setembro, numa audição parlamentar na Comissão de Ambiente e Energia, Marisol Marques e Gilberto Gonçalves, da associação Jornada Principal, denunciaram ter sido atribuída uma terceira licença à Recivalongo para tratamento de todo o tipo de resíduos naquele aterro.
Dias depois, em resposta à Lusa, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte argumentou que “não é uma nova licença, mas sim um averbamento àquela emitida em 2012 com validade até dezembro de 2026”.
O aterro em Sobrado é gerido desde 2007 pela Recivalongo, que começou a ser acusada em 2019 de “crime ambiental” pela população, pela associação ambientalista Jornada Principal e pela Câmara Municipal de Valongo após ter sido detetado que detinha “mais de 420 licenças para tratar todo o tipo de resíduos”.
O assunto avançou, entretanto, para os tribunais, com ações apresentadas por ambas as partes.