O que diz a imprensa internacional sobre a demissão de Costa?
Porto Canal
Após a demissão de António Costa, anunciada numa declaração ao país a partir de São Bento, a residência do primeiro-ministro, o tema começou a ganhar força na imprensa internacional.
O Libération escreve “Adeus” na notícia da demissão do chefe do Executivo português na sequência de um “escândalo de corrupção”. “Portugal: o primeiro-ministro António Costa demissionário, abalado por um escândalo de corrupção” titula o jornal francês.
O inglês The Guardian escreve que o primeiro-ministro português António Costa “demite-se após uma investigação de corrupção”, acrescentando que o primeiro-ministro socialista se demitiu horas depois de o Ministério Público ter realizado investigações relacionadas com lítio e hidrogénio verde.
A BBC noticia que Costa entregou a sua demissão ao Presidente da República.
O jornal norte-americano The New York Times escreve que Costa se “demitiu de forma inesperada”.
A AlJazeera, com sede em Doha, no Catar, na sua versão inglesa, escreve que Costa se demite "devido a uma investigação de corrupção".
Também o jornal italiano la Repubblica noticia a demissão do primeiro-ministro português.
o jornal brasileiro Folha de São Paulo escreve: "Premiê de Portugal renuncia ao cargo após escândalo de corrupção no setor de energia".
A demissão de Costa surge na sequência de uma investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça, além das buscas realizadas em vários gabinetes do Governo relacionadas com um inquérito que está a investigar a exploração de lítio em Montalegre e a suspeita de crime nos negócios do hidrogénio verde.
António Costa apresentou a demissão ao fim de quase oito anos em funções como primeiro-ministro, cargo para o qual foi empossado em 26 de novembro de 2015 pelo então Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
Em 30 de março de 2022, quando deu posse ao XXIII Governo Constitucional, Marcelo Rebelo de Sousa avisou António Costa que "não será politicamente fácil" a sua substituição na chefia do Governo a meio da legislatura, dando a entender que nesse caso convocaria legislativas antecipadas.
Em 24 de janeiro deste ano, quando passaram sete anos desde a sua eleição como Presidente da República, foi mais definitivo e afirmou que, "se mudar o primeiro-ministro, há dissolução do parlamento", referindo-se à "hipótese teórica de aparecer um outro primeiro-ministro da área do PS".
"Porque esta maioria formou-se com um primeiro-ministro que concorreu não só como líder do partido, mas a líder do Governo. Foi muito importante, eu disse isso no discurso de posse e, portanto, estava fora de causa, quer dizer, com outro primeiro-ministro haveria dissolução do parlamento", argumentou na altura.