Empresa de Bruno Paixão acusada em processo de fraude fiscal do Benfica
Fábio Lopes
O antigo árbitro Bruno Paixão colaborou com a Questãoflexível, Lda, que recebeu 469.570,39€ do Benfica e que foi acusada, juntamente com a SAD do clube da Luz, a Benfica Estádio, Luís Filipe Vieira, Domingos Soares de Oliveira, e mais quatro arguidos de crimes de fraude fiscal e falsificação de documentos pelo Ministério Público (MP), no âmbito do processo "Saco Azul".
Em causa está o pagamento de 469.570,39€ à Questão Flexível, "pequena empresa de consultoria informática", cujo dono terá cobrado 11% do "dinheiro recebido para passar faturas por serviços fictícios".em 716 movimentos, através de um terminal multibanco.
Segundo a acusação do MP, a que o Porto Canal teve acesso, os arguidos "tinham perfeita consciência de que as faturas emitidas pela Questão Flexível em beneficio das sociedades Benfica, SAD, e Benfica Estádio, S.A., não titulavam quaisquer operações económicas".
Assim, o procurador não tem dúvidas e afirma que o dono da empresa, José Bernardes, “agiu com consciência e vontade de ser compensado monetariamente”.
Bruno Paixão envolvido no "Saco Azul" do Benfica
O ex-árbitro de futebol Bruno Paixão está sob investigação na sequência da constituição de uma cascata de empresas que colaboravam em prol das Águias. O árbitro terá recebido milhares de euros por serviços prestados ao Benfica. Perante este cenário, as contas do ex-árbitro estão a ser investigadas por suspeitas de estar envolvido no processo ‘Saco Azul’. O mesmo vai acontecer às contas de vários jogadores, “depois de os extratos bancários terem chegado recentemente ao processo”.
À TVI/CNN Portugal, o antigo juiz afirma que apesar de ter trabalhado com a Questão Flexível, uma das empresas investigadas e agora acusada, tudo não passou de "mera coincidência".
Tendo em conta a investigação avançada pela TVI, o Ministério Público acredita que em causa estão subornos do Benfica ao então árbitro que acumulou diversas polémicas em jogos do clube.
Os primeiros dados foram avançados há um ano também pela TVI. Na altura, Bruno Paixão foi confrontado com a notícia, mas negou qualquer comportamento ilícito e explicou que colaborou com a empresa de José Bernardes na “implementação de um sistema de controlo de qualidade”.
Segundo a TVI, Bruno Paixão tinha um contrato de trabalho com uma das empresas de José Bernardes que começou e terminou no mesmo dia, a 1 de junho de 2015.
Há suspeitas de que o dinheiro serviria mesmo para adulterar a "verdade desportiva".