Câmara Municipal do Porto quer "adquirir" 23 casas das Fontainhas afetadas pelas cheias

Câmara Municipal do Porto quer "adquirir" 23 casas das Fontainhas afetadas pelas cheias
| Porto
Porto Canal/Agências

A Câmara do Porto quer comprar 23 habitações da ilha dos Moinhos, na escarpa das Fontainhas, e que foram afetadas pelas enxurradas de sábado, estando neste momento em conversações com os proprietários.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, afirmou que foram identificados os 23 proprietários de habitações na ilha (tipo de habitação típica do Porto no século XIX, constituída por pequenas habitações que partilham entre si um espaço comum, separadas ou ladeadas por um corredor de acesso à via pública) localizada na escarpa das Fontainhas.

"É um território que consideramos de risco e estamos neste momento a iniciar negociações com os proprietários de forma a adquirir as habitações e poder intervir no território", referiu.

De acordo com o autarca, na terça-feira, os serviços municipais e a Proteção Civil identificaram quatro habitações daquela ilha que estavam "em risco" e as famílias foram realojadas, sendo que apenas uma aceitou ser realojada pela Segurança Social e as restantes encontraram abrigo junto de familiares.

"Aquilo precisa de uma intervenção maior", assegurou Rui Moreira, dizendo que só adquirindo aqueles talhões é que será possível à autarquia avançar com uma "intervenção adequada".

Destacando que as habitações "não têm o mínimo de condições de habitabilidade", o autarca independente disse não saber se "aquele sítio vai ser habitável" e que tipo de intervenção vai ser levada a cabo.

"Estamos a fazer uma avaliação da situação nas Fontainhas quer com a Águas do Porto, quer também com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), mas o facto de o território passar a ser nosso é fundamental para podermos intervir", adiantou.

Quanto à reação dos moradores à intenção da autarquia comprar aquelas casas, Rui Moreira afirmou que muitas pessoas "não querem sair", o que considerou ser natural.

"São comunidades que vivem ali há muitos anos, algumas vivem em situação de subaluguer e que são situações que todos conhecemos. Aquilo não é um terreno municipal e também temos de respeitar a vontade das pessoas", afirmou, dizendo que aquela população "não está esquecida".

"Não tem havido falta de apoio da câmara e da Proteção Civil, que tem estado lá sempre", acrescentou.

O concelho do Porto registou, no sábado, em menos de duas horas, 150 pedidos de ajuda por causa das inundações em habitações e vias públicas, principalmente na baixa da cidade, disse à Lusa fonte da Proteção Civil local.

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