Exposição no Museu de São Roque revê mais de cinco séculos da Misericórdia de Lisboa

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 10 jul (Lusa) -- A exposição "Visitação. O Arquivo: memória e promessa", que abre ao público na sexta-feira, numa renovada galeria do Museu de S. Roque, em Lisboa, propõe uma perspetiva sobre os 516 anos da Santa Casa da Misericórdia da capital.

À memória do passado, junta-se a perspetiva de três criadores contemporâneos - o cineasta Pedro Costa, o fotógrafo Daniel Blaufuks e o compositor João Madureira -, a convite do curador da exposição, Paulo Pires do Vale.

Entre as peças expostas, encontram-se os "Compromissos" dos séculos XVI e XVII, documentos que traçam a linha orientadora da atividade e organização da Santa Casa, norteada pelas "14 obras de misericórdia".

O "Compromisso" foi o ponto de partida da exposição que entende o documento num "sentido aberto: obras de arte antigas e contemporâneas, cartas, relatórios, listagens, álbuns de fotografias, filmes documentais [e] objetos", explica Paulo Pires do Vale, em comunicado.

O responsável explica que o ideário das "14 Obras de Misericórdia" norteou a escolha para exposição, dos "documentos inesperados do Arquivo [da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa] que mostrassem como se cumpriu ao longo da história e se realiza hoje essa intenção: sem o desejo da exaustividade, antes seguindo o modelo da exemplaridade".

Pires do Vale salienta que nesta mostra se "procura que o Arquivo se tornasse num lugar de criação contemporânea" e acrescenta: "é essencial transformar o arquivo em matéria viva e fecundante, fundo criativo, motor de criação".

"Um arquivo é memória e promessa", afirma o curador que convidou os três criadores contemporâneos a participarem na exposição.

O cineasta Pedro Costa apresenta uma instalação na Igreja de São Roque e realizou um filme a partir do arquivo.

Daniel Blaufuks fez uma série nova para a exposição, intitulada "Corte", resultado de uma visita ao Arquivo e de uma "escolha de alguns 'sinais dos expostos", pequenos objetos (medalhas, pedras preciosas, brocados, veludos ou panos menos nobres bordados), que revelavam a origem de recém-nascidos entregues à Misericórdia ("expostos"), fruto de gravidez indesejada ou escondida.

O terceiro criador é o compositor João Madureira que, do fundo musical do Arquivo, escolheu uma peça "e compôs uma nova em diálogo com essa - um novo Magnificat".

"Essas obras serão apresentadas no final da exposição, em concerto na Igreja de S. Roque, como parte integrante".

O curador faz um paralelo entre a exposição e o episódio bíblico relatado por Lucas d'"A Visitação", quando Virgem Maria visitou a prima Isabel, e recorda que a Festa da Misericórdia de Lisboa se realiza na data de celebração de "A Visitação".

"A proposta desta exposição é a de um encontro: uma visitação, explícita no movimento dos corpos e dos panejamentos da pintura de Grão Vasco que se expõe", afirma o curador que remata: "encontramos [assim] a imagem e metáfora que resume também o propósito desta instituição e desta exposição: ir ao encontro".

Nesta exposição estarão patentes documentos "representativos da atividade multissecular da Misericórdia de Lisboa", do século XVI ao século XX, como os "Compromissos" norteados pelas "14 obras de misericórdia", divididos em sete obras espirituais e sete corporais.

"As primeiras, mais orientadas para questões morais e religiosas: ensinar os simples, dar bom conselho a quem o pede, castigar com caridade os que erram, consolar os tristes desconsolados, perdoar a quem nos fez mal, sofrer as injúrias com paciência, rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos", explica a instituição.

"As obras corporais estão relacionadas sobretudo com preocupações materiais: remir os cativos e assistir os presos, visitar e curar os enfermos, cobrir os nus, dar de comer aos famintos, dar de beber a quem tem sede, dar pousada aos peregrinos e pobres, enterrar os mortos".

Um "programa de ação" que continua orienta ainda hoje as diversas Misericórdias no país.

NL // MAG

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