Faltam assentos no novo Terminal Intermodal de Campanhã?
Porto Canal / Agências
Os cais no Terminal Intermodal de Campanhã (TIC), no Porto, mais do que duplicaram com a chegada da Rede Expressos, mas os novos não têm assentos, com a STCP Serviços a falar em "ajustes" potencialmente temporários.
Na terça-feira, a Rede Expressos mudou definitivamente a sua operação do Terminal do Campo 24 de Agosto para o TIC, triplicando a oferta da nova infraestrutura.
Nesta quinta-feira, a Lusa constatou no local que, face ao período de abertura, em julho, o número de cais do TIC mais do que duplicou, de oito para 17, mas os novos não dispõem de assentos, ao contrário dos cais que já estavam em funcionamento (A a H), a nascente.
Além da falta de assentos, os novos cais (I a Q), situados na parte poente do terminal, são mais pequenos e obrigam ao atravessamento da gare, retirando também nove lugares aos 30 espaços de estacionamento de autocarros.
Questionada pela Lusa sobre se vai melhorar as condições para os passageiros dos cais I a Q, com eventual aumento dos mesmos ou colocação de assentos, fonte oficial da STCP Serviços, subsidiária da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), disse acreditar que "com o regime de rotação de cais ajustado e em fase de 'velocidade de cruzeiro'", apenas serão necessários "alguns pontos de reforço em períodos muito específicos".
"A zona de reforço com cais de I a Q tem como função garantir que na fase de transição estão asseguradas as condições para que os operadores possam alterar a forma tradicional de abordagem ao terminal de forma gradual", explica a empresa.
Sobre uma eventual facilitação do acesso aos novos cais, a empresa disse estar a "consolidar estas alterações e a perceber as reais necessidades dos passageiros, ouvindo 'feedback' no terreno".
Os passageiros são encaminhados pela sinalética para fazer o atravessamento junto ao cais H, já perto da saída dos autocarros, obrigando a dar uma volta a pé ao terminal.
Para contrariar a necessidade de dar a volta ao terminal, muitos utilizadores acabam por atravessar a gare pelo meio, algo que os seguranças tentam impedir, como constatou hoje a Lusa no local.
A STCP Serviços afirma estar a trabalhar com os operadores e a Mota Engil Ativ, responsável pela operação e manutenção, para "sensibilizar os passageiros no sentido de fazerem o trajeto via passadeira", mesmo "sabendo que este tipo de comportamento irá sempre existir", sendo sua responsabilidade "procurar minimizá-los ao máximo".
A STCP Serviços, com uma equipa no local, tem "vindo a sensibilizar os utilizadores do terminal para que se desloquem para a zona de cais (do A ao Q) unicamente para apanhar o autocarro", sendo essa a "filosofia" do espaço, lembrando a existência de salas de espera e cafetarias no piso superior.
"Estamos conscientes de que esta mudança de comportamento levará algum tempo até se tornar padrão", refere a fonte oficial à Lusa, falando em "quatro meses de aprendizagem" e "num processo de habituação para todos".