Centros de saúde poderão ser geridos pelo setor privado. Ministro da Saúde admite legislar
Porto Canal
Manuel Pizarro, ministro da Saúde, admitiu na passada terça-feira apresentar medidas para permitir a criação de centros de saúde geridos pelo setor privado ou social. Esta será uma das medidas da nova equipa do Serviço Nacional de Saúde debatida na audição conjunta nas comissões parlamentares de Orçamento e Finanças e Saúde, no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2023, que tem votação final global agendada para 25 de novembro.
Com o objetivo de melhorar o acesso dos portugueses à saúde nas regiões mais carenciadas de médicos de família, Manuel Pizarro afirmou que serão apresentadas medidas estruturais e conjunturais para aumentar o acesso dos utentes aos cuidados primários.
Esta decisão de legislar para que estas unidades possam funcionar através do setor privado ou social foi questionada pelo Bloco de Esquerda. A deputada Catarina Martins, acusou Manuel Pizarro de querer privatizar esta área da saúde. "É a entrega a empresas privadas dos cuidados de saúde primários", disse a deputada bloquista.
Em resposta, o ministro da Saúde garantiu que será uma solução para "um período transitório" e apenas para "algumas localidades".
Relativamente ao impacto das carreiras médicas, Manuel Pizarro, referiu que está com expectativa de que "algumas das negociações em curso" tenham efeitos ainda em 2022. O Governo e as estruturas sindicais da administração pública reúnem-se esta quarta-feira para discutirem as valorizações salariais das carreiras gerais de técnicos superiores, assistentes técnicos e assistentes operacionais e de algumas carreiras especiais.