Passageiros afirmam gostar do design das paragens de autocarro que estão a ser colocados este ano no Porto, mas apontam algumas lacunas. Existem paragens que ficam de costas para a rua.

A opinião é dominante entre os passageiros ouvidos pelo Jornal de Notícias sobre as novas paragens de autocarro que a Câmara do Porto está a instalar: são bonitas mas não muito funcionais. Serão 650 no total, em maior número do que as que existiam anteriormente, com a melhor tecnologia de apoio ao utente, e 159 já estão colocadas, algumas a surpreender quem passa por estarem ao contrário, de costas para a faixa de rodagem. Mas os reparos já são muitos, seja porque têm uma cobertura demasiado elevada ou falta de proteção lateral, não impedindo a chuva nem o vento.

"São muito elegantes mas o que estamos a ver nestes dias de aguaceiros é que não resguardam como as anteriores as pessoas da chuva. Os bancos ficam encharcados. O telhado devia ser mais comprido", afirma ao JN Amélia Cardoso, que apanha o autocarro diariamente na Rua do Bolhão. Na fila, os restantes passageiros concordam e questionam o investimento municipal.

A instalação destes novos abrigos resulta da assinatura dos contratos de concessão de mobiliário urbano da Autarquia, em março de 2022. De acordo com a Câmara do Porto, os novos equipamentos "oferecem maior conforto para os utilizadores, mais luminosidade e estão dotados com tecnologias de informação e apoio aos utentes da rede de autocarros da cidade".

Ao Jornal de Notícias, os passageiros gostam do design e afirmam que "provavelmente haverá depois alguns ajustes" à realidade. "Acho que o chão está bonito", salienta Amélia Cardoso. Trata-se de uma componente inclusiva que, através do relevo do piso, permite aos invisuais aperceber-se da aproximação do autocarro. "Eu não gosto e preferia as anteriores. Faz algum sentido estes bancos tão baixos? Ainda há pouco tive de ajudar um idoso com bengala a levantar-se", refere Manuel Cunha ao JN enquanto espera pelo transporte na Avenida dos Aliados.

Relativamente às paragens ao contrário, a Câmara do Porto diz que seguiu o modelo usado em muitas cidades da Europa com abrigos menos impactantes para a paisagem urbana. O modelo é inspirado no exemplo do Reino Unido e da Irlanda, com paragens que abrigam os passageiros da água projetada pelo veículos em circulação.