Covid-19: Fábrica de fiação têxtil da Guarda extinguiu 13 postos de trabalho
Porto Canal com Lusa
Guarda, 01 abr 2020 (Lusa) - Uma fábrica de fiação têxtil da cidade da Guarda extinguiu 13 postos de trabalho, por mútuo acordo com os trabalhadores, no âmbito da crise que afeta o setor devido à pandemia causada pela covid-19, foi hoje anunciado.
Segundo Pedro Tavares, administrador da empresa Têxtil Manuel Rodrigues Tavares, a medida que contemplou operários que "têm mais de 60 anos" deveu-se ao facto de os clientes em Itália e Espanha terem parado a atividade na semana passada.
"Houve uma quebra enorme de trabalho. A previsão da crise é muito maior do que três meses, porque a retoma vai ser muito lenta, e decidimos extinguir 13 postos de trabalho, entrando em acordo com os trabalhadores", justificou hoje o responsável à agência Lusa.
Os trabalhadores dispensados já não se apresentaram hoje ao serviço e a empresa mantém a laboração com 80 operários.
Pedro Tavares disse à Lusa que a unidade fabril instalada na cidade da Guarda vai continuar a laborar enquanto tiver encomendas e, "por enquanto", não está previsto recorrer ao 'lay-off' (suspensão temporária ou redução dos horários de trabalho).
"Vamos ver como é que a situação se vai desenvolver. Neste momento, é um bocado 'navegar à vista'", referiu.
A fundação da empresa Têxtil Manuel Rodrigues Tavares, uma unidade de produção de fio cardado para a indústria de malhas, tapetes e lanifícios, remonta a 1920, com o aparecimento de uma pequena manufatura na freguesia de Trinta, no concelho da Guarda.
Em finais de 1950, o seu fundador, Manuel Rodrigues Tavares, transferiu a atividade industrial daquela aldeia, que teve luz elétrica primeiro do que a Guarda, para a cidade.
A empresa também possui um lavadouro de lãs, próximo da aldeia de Gata, nos arredores da Guarda.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 866 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 43 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 187 mortes, mais 27 do que na véspera (+16,9%), e 8.251 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 808 em relação a terça-feira (+10,9%).
Dos infetados, 726 estão internados, 230 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.
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