Covid-19: África do Sul retém 1.720 pessoas a bordo de cruzeiro por suspeita de infeção
Porto Canal com Lusa
Joanesburgo, África do Sul, 18 mar (Lusa) - Mais de 1.700 pessoas estão retidas desde domingo num navio cruzeiro na Cidade do Cabo, África do Sul, por suspeita que alguns dos passageiros estejam infetados com Covid-19, disse hoje um porta-voz da empresa.
"Os passageiros já estão a bordo [do navio] há uma semana sem mostrar nenhum sintoma. Organizámos voos para que os nossos hóspedes possam voltar a casa rapidamente. No entanto, aguardamos autorização das autoridades locais", disse o porta-voz da empresa Aid Cruises, Hansjörg Kunze.
Segundo o porta-voz, citado pelo portal sul-africano Times Live, o motivo prende-se com o facto de seis dos passageiros estarem a ser submetidos a análises clínicas pelas autoridades de Saúde sul-africanas por medida de precaução.
A estatal Transnet, que administra os portos do país, adiantou em comunicado que o navio de cruzeiro de bandeira italiana MV AIDmira partiu na sexta-feira da cidade namibiana de Walvis Bay com destino à Cidade do Cabo, tendo atracado no domingo com seis passageiros a bordo, que partilharam um voo com um dos marinheiros que revelou sintomas do novo coronavírus.
A Transnet referiu que os seis passageiros viajaram de Istambul para a Cidade do Cabo, e depois para Walvis Bay, e que por precaução foram retirados pelas autoridades de saúde portuárias para análises e depois colocados em quarentena por precaução, para evitar a propagação de uma possível infeção.
Os resultados das análises serão conhecidos esta quinta-feira, e enquanto isso a tripulação e os 1.720 passageiros a bordo do cruzeiro permanecem no navio por ordem do Ministério dos Transportes da África do Sul, salientou a empresa pública sul-africana.
"Trata-se da primeira suspeita de um caso de Covid-19 num porto marítimo sul-africano", salientou a Transnet.
A África do Sul anunciou hoje 31 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, elevando para 116 o total de casos positivos em cinco províncias do país.
O Presidente, Cyril Ramaphosa, anunciou no domingo medidas sem precedentes como o encerramento parcial de fronteiras, a suspensão das aulas, a proibição de entrada para estrangeiros de países de elevado risco de infeção da Covid-19 e o cancelamento de qualquer evento público e privado para mais de 100 pessoas.
O Governo proibiu também a entrada de navios de passageiros e de cruzeiro nos portos sul-africanos, com efeito imediato a partir desta quarta-feira.
A nível global, o coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 200 mil pessoas, das quais mais de 8.200 morreram.
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