Autarcas Socialistas opõem-se à privatização da EGF e da Águas de Portugal
Porto Canal / Agências
Porto, 28 fev (Lusa) - A Associação Nacional dos Autarcas do Parido Socialista (ANA/PS) quer que o Governo recue na intenção de privatizar a Empresa Geral de Fomento (EGF), considerando que este é o "primeiro passo" para a privatização das Águas de Portugal.
"Tão importante como olharmos para as conclusões do Tribunal de Contas [TdC] sobre as privatizações já realizadas é nós opormo-nos à privatização da EGF que está em curso e é lançada por este Governo e, simultaneamente, opormo-nos também por todas as vias legítimas para impedir que retirem poderes aos municípios nomeadamente em poderem estabelecer tarifas sociais para as famílias carenciadas", disse, à Lusa, o autarca socialista José Luís Carneiro em representação da ANA/PS.
Esta estrutura PS reagia assim às conclusões de uma auditoria feita pelo TdC ao setor das Águas, hoje tornadas públicas, em que foram apontados "desequilíbrios" em concessões em vários municípios do país.
"A água é um bem público essencial para a qualidade de vida dos cidadãos e esse bem público não pode estar estritamente nas mãos de privados. Há problemas enunciados nestas auditorias que colocam em causa a própria sustentabilidade financeira de muitos dos municípios portugueses", descreveu José Luís Carneiro.
A ANA/PS quer, aproveitando as conclusões do TdC, mostrar como a privatização do setor das Águas pode ser "prejudicial": "É um bem público e a sua privatização conduz a que os privados se capitalizem ainda mais e que as populações paguem com o seu esforço esse enriquecimento das entidades privadas", afirmou o também presidente da Câmara de Baião.
"A auditoria discute decisões tomadas desde a década de 90, mas mais importante do que isso é não permitirmos que quer a privatização da EGF quer das Águas de Portugal ocorra. Se isso acontecer estaremos a prejudicar o interesse público", concluiu José Luís Carneiro.
PYT // MSP
Lusa/fim