Autarca de Valongo quer intervenção do Governo nos desequilíbrios das concessões de água

| Norte
Porto Canal / Agências

Valongo, 28 fev (Lusa) - A Câmara de Valongo quer que o Governo "tire conclusões" a propósito da auditoria do Tribunal de Contas ao setor das Águas, considerando que no caso desta autarquia é "óbvia a necessidade de renegociar" o contrato de águas com a concessionária.

"O Governo também tem de tirar conclusões e não pode deixar nas mãos das autarquias a solução para estes inúmeros casos de desequilíbrios. Os municípios não têm por muitas vezes a possibilidade de renegociar as condições destes contratos", referiu, à Lusa, o presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro.

O autarca adiantou que quer abrir ´"um processo de renegociação" do contrato de concessão das águas neste município, não se mostrando surpreendido pelo Tribunal de Contas (TdC) ter considerado, numa auditoria às parcerias público-privadas (PPP) que os "interesses financeiros" desta autarquia ficaram "fortemente" penalizados com a isenção do pagamento de rendas da concessionária por 31 anos.

José Manuel Ribeiro recordou que, em 2000, quando foi tomada a decisão de concessionar o serviço das águas e saneamento em Valongo, era vereador sem pelouro na Câmara e, à data, votou contra.

"Catorze anos depois, este documento do TdC vem confirmar todas as suspeitas sobre a verdadeira vantagem para o munícipe, para os consumidores, desta questão. Não é só a questão da renda que não é paga desde 2004/2005, nós estamos impedidos de ter um tarifário social. Podíamos estar a ajudar milhares de pessoas no concelho mas não podemos fazê-lo porque está impedido por via do contrato de concessão existente", descreveu Manuel Ribeiro.

O presidente da Câmara de Valongo alertou ainda para o facto do atual contrato prever "custos de ligação aos ramais são muito altos", algo que até impede a autarquia de obrigar alguns residentes de fazer ligações.

"Temos um problema de despoluição do Rio Leça, nomeadamente em Ermesinde, mas como é que podemos obrigar as famílias a ligarem-se aos ramais se os custos são proibitivos?", questionou o autarca socialista, insistindo que "o Governo tem aqui um papel muito importante.".

Por vezes não existe abertura por parte das empresas para renegociar as concessões. E se a empresa não quiser não faz renegociação. Porque as empresas não vão estar a abdicar de benefícios em prol do interesse público. Não fazem isso. Portanto o próprio Governo, perante esta auditoria, deveria e tem instrumentos legais, para forçar a que as condições destes contratos fosse reequilibradas e não fossem tao penalizadoras para os municípios e sobretudo para os munícipes", concluiu José Manuel Ribeiro.

Uma auditoria do Tribunal de Contas às parcerias público-privadas (PPP) no setor das Águas alerta que os "interesses financeiros" da Câmara do Valongo ficaram "fortemente" penalizados com a isenção do pagamento de rendas da concessionária por 31 anos.

"A concessionária apenas pagou retribuição nos primeiros cinco anos da concessão", destaca o documento a que a Lusa teve acesso, notando que a isenção "cobre 88% do período de concessão", que totaliza 36 anos.

Acresce que o aditamento feito em 2004 ao contrato de concessão, com vista ao seu "reequilíbrio económico-financeiro", prorrogou o prazo da parceria iniciada em 2000, proporcionando à empresa "mais seis anos de receitas", assinala o Tribunal de Contas (TdC).

PYT (ACG) // MSP

Lusa/fim

+ notícias: Norte

Extensão da Linha Amarela do Metro será inaugurada em menos de um mês

A extensão da Linha Amarela da Metro do Porto deverá abrir ao público em menos de um mês. A informação foi avançada esta quarta-feira pelo presidente da empresa Tiago Braga, numa visita à escavação do túnel da nova Linha Rosa que vai ligar o Jardim do Carregal à Praça da Liberdade.

Metro do Porto altera projeto da Linha Rubi para que elétrico continue a circular

A Metro do Porto vai mudar o método construtivo da ponte Ferreirinha, que servirá a Linha Rubi, para deixar passar o elétrico na Rua do Ouro, cuja suspensão tinha sido rejeitada pela Câmara, revelou esta quarta-feira o líder da transportadora.

Detido professor suspeito de dois mil crimes de abuso de crianças na Póvoa de Lanhoso 

Um professor do 1.º Ciclo na Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso, distrito de Braga, foi detido pela alegada prática de pelo menos dois mil crimes de abuso sexual de crianças, anunciou esta quarta-feira a Polícia Judiciária (PJ).