Avaliações da 'troika' só têm sido positivas para quem beneficia das políticas - CGTP
Porto Canal / Agências
Lisboa, 16 dez (Lusa) - O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, afirmou hoje que as avaliações da 'troika' ao cumprimento do programa de resgate português só têm sido positivas para quem tem beneficiado das políticas concretizadas, como os credores.
"O senhor vice-primeiro-ministro procurou passar a ideia de que estávamos a entrar no bom caminho e, infelizmente, não estamos, porque os problemas se agudizam", afirmou à Lusa Arménio Carlos, depois de o Governo ter anunciado hoje, em conferência de imprensa, que a décima avaliação regular da 'troika' (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia) ao programa de resgate de Portugal, que terminou esta segunda-feira, "foi positiva".
Para o secretário-geral da CGTP, "a avaliação [da 'troika'] tem sido positiva até hoje para aqueles que têm beneficiado dessas políticas", como "aqueles que nos cobram os juros e que nos levam mais de sete mil milhões de euros" todos os anos.
"E são também aqueles das parcerias público-privadas [PPP], dos 'swaps'. Para esses, as coisas não estão a correr mal, estão até a correr bem, estão a correr até de acordo com aquilo que eram as suas previsões, o problema é que o país não vive com esses", acrescentou.
Arménio Carlos recordou ainda que a 'troika' "assumiu que o memorando [de entendimento, assinado com o Governo português] era apenas o início de um processo de austeridade", que vai prolongar-se por "muitos anos".
O Governo anunciou que a décima avaliação regular da 'troika' ao programa de resgate de Portugal "foi positiva" e reiterou a intenção do executivo de "terminar o programa na data prevista".
"A décima avaliação com a 'troika' decorreu entre os dias 04 e 16 de dezembro e foi positiva. Portugal já superou 10 avaliações num total de 12. Faltam apenas duas. A nossa intenção é terminar o programa na data prevista, estamos a pouco mais de seis meses de poder terminar o programa na data prevista", afirmou o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, hoje em conferência de imprensa.
Esta avaliação da 'troika' e é o antepenúltimo exame regular ao programa de resgate português, que termina em junho de 2014.
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