"Obstáculos constitucionais" não dão perspectiva positiva de futuro para a economia - Passos Coelho

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Porto Canal / Agências

Amarante, 16 dez (Lusa) - O primeiro-ministro disse hoje, em Amarante, que "os obstáculos de natureza constitucional" que não permitem reduzir a despesa não dão "uma perspetiva positiva de futuro para a economia portuguesa".

"Se nós andarmos todos os anos a sofrer um desgaste imenso por querer reduzir a despesa, porque ela tem de ser reduzida, e depois temos obstáculos de natureza constitucional que não o permitem, isso não dá uma perspetiva positiva de futuro para a economia portuguesa", afirmou Pedro Passos Coelho.

O chefe do Governo, que falava para empresários e autarcas do Tâmega e Sousa reunidos numa unidade hoteleira, acrescentou que "a perspetiva do Governo é de não ser preciso mais onerar a carga fiscal".

"O que nós precisamos é reduzir sustentadamente a nossa despesa", insistiu, frisando que o país só poderá diminuir a carga fiscal quando tiver excedente orçamental.

"É negativo que se enraíze a ideia de que resolvemos os nossos problemas orçamentais aumentando os impostos. Isso é uma ilusão. Podemos, no curto prazo, não ter outra alternativa, mas é muito mau pensar que, para futuro, só conseguimos resolver os nossos problemas de défice, aumentando os impostos", acrescentou Pedro Passos Coelho.

Para o chefe do Governo, aumentar a carga fiscal "representa uma solução de curto prazo, mas uma péssima solução de médio e longo prazo".

O primeiro-ministro disse não poder garantir hoje se haverá redução de impostos até 2015. Antes, tinha afirmado que só aumentou os impostos este ano porque houve necessidade de compensar o chumbo do Tribunal Constitucional relativo à medida do Orçamento do Estado que previa a suspensão dos subsídios na função pública.

Elogiando o trabalho dos empresários portugueses e o crescimento da exportação, sublinhou que a economia do país "consegue dar mostras de vitalidade e reanimação", tendo entrado em 2013 numa "inversão de tendência".

"A nossa economia vai crescer, porque as nossas exportações continuarão com enorme vigor, com níveis de crescimento acima de 5% ao ano", destacou, referindo-se também à previsão de "alguma reanimação do mercado interno por via do investimento e do consumo".

Para Passos Coelho, a economia portuguesa "já começou a responder e isso, apesar não ter ainda um vigor muito forte, também já se tem notado ao nível do desemprego e emprego".

"Julgo que temos razões para ver o futuro com mais esperança", assinalou, acrescentando: "Espero que os próximos dois anos sejam o recomeço de uma estratégia de crescimento para o país, que não seja alimentada por dívida, mas que possa ser alimentada por um ciclo virtuoso de criação de riqueza e isso hoje está ao nosso alcance".

O primeiro-ministro visitou hoje duas empresas em Felgueiras e Amarante, a primeira de calçado e a segunda de metalomecânica.

"Assinalo o exemplo que nos foi dado por duas empresas que simbolizam bem o esforço dos empresários e dos trabalhadores para oferecerem ao país condições de progresso e esperança ao futuro", afirmou.

Para o chefe do executivo, as duas unidades industriais "conseguiram demonstrar que, quando existe projeto, apesar das dificuldades, é possível construir uma estratégia de futuro, encontrar novos clientes, novos mercados e acrescentar qualidade e inovação aos nossos serviços e produtos".

APM // SMA

Lusa/fim

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