Fectrans diz que greve na Refer é resposta clara dos trabalhadores
Porto Canal / Agências
Lisboa 06 nov (Lusa) -- A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) considerou hoje que a adesão à greve de 24 horas da Rede Ferroviária Nacional (Refer) é uma resposta clara dos trabalhadores, já que apenas circulam os serviços mínimos.
"A informação que nos chega ao início da manhã é que apenas circula aquilo que foi decretado como os serviços mínimos. É uma resposta clara dos trabalhadores da Refer. Num setor como este afeta sempre a circulação ferroviária, que está com bastantes perturbações", disse em declarações à Agência Lusa, Abílio Carvalho, da Fectrans.
Para o sindicalista, caso não tivessem sido decretados os serviços mínimos, a greve teria mais impacto, lembrando que a Fectrans está a discutir com os trabalhadores das empresas ferroviárias a "continuidade ou não da luta", esperando a "resposta por parte de quem tutela e das administrações".
A greve de 24 horas da Refer fez com que apenas circulassem os comboios decretados pelo Tribunal Arbitral nomeado pelo Conselho Económico e Social como serviços mínimos, 30% até às seis da manhã de hoje.
"Os trabalhadores querem negociar -- o que fizeram durante alguns meses - , mas viram as suas expetativas descuradas e aquilo que foi colocado à frente foram mais cortes no Orçamento do Estados para 2014 nos seus salários", disse Abílio Carvalho.
De acordo com o responsável sindical, foi anunciado ainda a entrada de um decreto-lei em dezembro, que visa "ainda mais cortes" no setor, esperando que o mesmo seja travado, já que se propõe que os salários "sejam reduzidos numa ordem superior entre 30% a 40 por cento".
"Os trabalhadores já estão a ser prejudicados a nível salarial e nos seus direitos desde 2009", declarou, adiantando que a greve não é solução "nem para o país, nem para a empresa", mas que a tutela não é da mesma opinião e "continua a seguir um caminho contrário àquilo que deveria estar a seguir".
Os trabalhadores do setor dos transportes e comunicações estão a levar a cabo uma quinzena de luta contra a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2014, que prevê, entre outras medidas, reduções salariais, concessão das empresas públicas de transporte a privados e a redução das indemnizações compensatórias.
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