PS tem melhor resultado de sempre e PSD com "um dos piores"

| Política
Porto Canal

A CDU conseguiu já 30 presidências de câmara, mais duas do que as 28 de 2009, o CDS-PP passa de uma para cinco e o BE perde a sua única câmara.

A divulgação dos resultados das eleições autárquicas de domingo foi suspensa de madrugada devido à falta de comunicação com juntas de freguesia e câmaras municipais e os trabalhos de recolha de informação serão retomados às 10:00.

As eleições de domingo registaram, segundo os dados provisórios, uma taxa de abstenção de 47,36%, a mais alta de sempre em autárquicas, confirmando uma tendência crescente desde o escrutínio de 1982. Até agora a taxa mais alta de sempre registou-se em 2009, com 41%.

Com estes resultados, o PS -- que conseguiu sozinho 136 câmaras e mais uma em coligação, na Madeira - já superou o melhor resultado de sempre em número de câmaras, o de 2009, quando conquistou 132 presidências de municípios.

Pelo contrário, o PSD poderá obter o seu pior resultado de sempre, em termos globais de presidências de câmara obtidas sozinho e coligado, ficando abaixo das 114 conseguidas em 1989.

Até ao momento, os grupos de cidadãos conseguiram 11 presidências de câmara, com destaque para o independente Rui Moreira, que, apoiado pelo CDS-PP, conquistou o município do Porto, derrotando o socialista Manuel Pizarro e o social-democrata Luís Filipe Menezes, que depois de deixar Gaia por limite de mandatos apenas conseguiu o terceiro lugar na segunda maior cidade do país.

Em Lisboa, o atual presidente, o socialista António Costa, conquistou um novo mandato, desta vez com uma maioria absoluta histórica.

Entre as principais câmaras que mudam de mãos, destaque para: Évora, Beja e Loures, que passam do PS para a CDU; Braga, socialista desde o 25 de Abril, e que agora foi conquistada por uma coligação que inclui PSD e CDS; a Madeira, onde o PSD perdeu sete das 11 câmaras; Coimbra, que pertencia ao PSD/CDS e foi reconquistada pelo socialista Manuel Machado; Guarda, que passou do PS para o PSD; Vila Real e Covilhã, do PSD para o PS.

Na reação aos resultados, o presidente do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, assumiu o resultado de domingo como "um dos piores de sempre", ao nível dos alcançados "durante períodos de governação mais exigente", nos anos 80 e 90, tempos de Cavaco Silva como primeiro-ministro.

O secretário-geral do PS, António José Seguro, reclamou a maior vitória de sempre em autárquicas e disse que Passos Coelho deveria perceber a penalização que foi dada ao Governo nestas eleições.

Jerónimo de Sousa festejou o reforço da CDU como terceira força autárquica primeiro no Centro Vitória, em Lisboa, deslocando-se ainda durante a noite eleitoral a Évora e Loures, duas importantes conquistas ao PS.

O líder do CDS-PP, Paulo Portas, outro dos vencedores da noite, sublinhou que os democratas-cristãos voltaram a ser "um partido relevante nas autarquias", com o qual terão de contar na Associação Nacional de Municípios.

João Semedo, coordenador do BE, partido que deixou de presidir a qualquer município, deu por encerrada a noite eleitoral sem saber que não tinha sido eleito vereador por Lisboa, preferindo destacar a "monumental derrota" da direita.

+ notícias: Política

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".

Austeridade: programa de rescisões poderá conter medida inconstitucional - jurista

Redação, 06 mai (Lusa) - O especialista em direito laboral Tiago Cortes disse hoje à Lusa que a constitucionalidade da medida que prevê a proibição do trabalhador do Estado que rescinde por mútuo acordo voltar a trabalhar na função Pública poderá estar em causa.