BE preocupado com resolução do PS e acusa anterior Governo de "acto criminoso"

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 21 dez (Lusa) - O Bloco de Esquerda (BE) criticou hoje o anterior executivo PSD/CDS-PP, que acusou de conduzir um "ato criminoso" no Banif, e reconheceu preocupação "com as consequências de decisão que o Governo do PS" apresentou, a resolução do banco.

"O BE está preocupado com as consequências da decisão que o Governo do PS ontem apresentou. Ela não só implica despedimentos, como um gigantesco prejuízo imposto aos contribuintes", vincou a deputada do Bloco Mariana Mortágua numa declaração na sede do partido, em Lisboa.

As palavras da parlamentar surgem depois de a Comissão Europeia ter aprovado o plano português de uma ajuda adicional de 2,25 mil milhões de euros para a cobrir o 'buraco' financeiro no Banif.

O primeiro-ministro, António Costa, admitiu no domingo que a venda do Banif ao Santander, por 150 milhões de euros, tem um "custo muito elevado", mas é a solução que "melhor defende o interesse nacional".

Na sua intervenção, Mariana Mortágua advogou que o executivo PSD/CDS-PP "ignorou sucessivos avisos da Comissão Europeia, que recusou nada menos que oito planos de reestruturação apresentados pela administração do Banif".

A bloquista diz que Passos Coelho, Paulo Portas e os partidos que lideram se preocuparam em "encenar" a saída limpa de Portugal do programa de ajustamento, num "ato criminoso em nome de um puro interesse eleitoralista e político".

"Medimos muito bem as palavras que escolhemos", vincou Mariana Mortágua, que chamou a atenção para o agravar "radical" das perdas para os contribuintes que na sequência da "negligência" de PSD e CDS.

Também a administração do Banif e o Banco de Portugal merecem críticas: Carlos Costa, o governador do banco central, "não tem mínimas condições para se manter na sua posição".

Mariana Mortágua acrescentou ainda que o BE irá propor uma comissão parlamentar de inquérito à gestão e intervenção no Banif para apurar "todas" as responsabilidades sobre o caso.

"Este caso demonstra uma vez mais a necessidade de uma transformação de fundo no sistema bancário. Essa transformação só é possível com o controlo público e transparente da banca", acrescentou.

A posição do Bloco em torno do Banif sempre foi, diz Mortágua, contrária à injeção de dinheiros públicos, e o partido sustenta que os ativos bons do banco "deviam ter sido agregados e mantidos sob o controlo público da Caixa Geral de Depósitos e os ativos tóxicos integrariam um 'banco mau'.

"Em vez de uma nova condenação sobre os contribuintes, os custos desta operação deveriam, em primeiro lugar, ser assumidos pelos acionistas e grandes financiadores do Banif", advogou Mariana Mortágua.

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