Face Oculta e Lava-Jato: qualquer semelhança é pura coincidência
Porto Canal (LYV)
A revista brasileira Veja determina pontos de ligações entre as investigações "Face Oculta" e "Lava-Jato". O candidato à presidência da República Portuguesa, Paulo de Morais, concedeu uma entrevista à revista para comentar os casos dos dois lados do Atlântico.
A revista brasileira "Veja" - que semanalmente imprime 1,5 milhões de exemplares - esmiuçou, ao longo de oito páginas, as semelhanças entre dois casos de corrupção, separados pelo Atlântico: "Lava-Jato" e "Face Oculta".
A publicação resume o caso Face Oculta como o "maior escândalo de corrupção da história do país", afirmando que "as empresas amigas do Governo socialista, eram beneficiadas com contratos em órgãos públicos e retribuíam pagando comissões a políticos", sendo esta última afirmação, um ponto partilhado por ambos os casos.
Ao longo do artigo, a revista apresentando outros pontos de ligação: ambos os casos começaram com pequenas investigações - no caso do Lava-Jato investigou-se um discreto posto de gasolina, por sua vez, a Face Oculta iniciou-se com a investigação de uma casa de câmbio -, mas à medida que esta se foram desenvolveram, ganharam contornos colossais. Também os responsáveis pelos julgamentos são comparados, visto que tanto o juiz brasileiro Sergio Moro como o juiz português Carlos Alexandre são reconhecidos por serem implacáveis.
A principal distinção entre os casos tem que ver com as repercussões para os grandes protagonistas de ambas as histórias. Enquanto José Sócrates foi detido - sendo que no momento se encontra em prisão domiciliária -, Lula da Silva continua em liberdade, embora tenha sido investigado.
O candidato à presidência da República Portuguesa, Paulo de Morais, concedeu uma entrevista à revista para comentar os casos dos dois lados do Atlântico, defendendo que “quem deixa roubar, está roubando também” e denuncia um "triângulo de corrupção" que envolve Portugal, Brasil e países de África, como Angola.