Vítor Baía: “Treinador e Homem que recordarei como um dos maiores de sempre"

Vítor Baía: “Treinador e Homem que recordarei como um dos maiores de sempre"
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Porto Canal

O ex-guarda-redes do FC Porto, através das suas redes sociais, recordou o dia em que Artur Jorge "entregou sem medo a baliza do FC Porto a um jovem de 18 anos".

 
 
 
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Artur Jorge Braga de Melo Teixeira nasceu no Porto a 13 de fevereiro de 1946, foi inscrito como sócio do FC Porto ainda em criança e deu os primeiros pontapés na bola nas equipas de miúdos que cresciam no Campo da Constituição. Em 1964, com apenas 18 anos de idade, estreou-se pela formação principal num jogo da Taça de Portugal frente ao Peniche e marcou um golo. Disputaria mais cinco e marcaria mais um, antes de rumar a Coimbra, onde se formou em Filologia Germânica, e à Académica, clube em que se afirmou como um dos avançados mais importantes do futebol português. A carreira como atleta prosseguiria ao serviço do Benfica, do Belenenses e dos norte-americanos Rochester Lancers e valeu-lhe a conquista de quatro campeonatos e duas taças de Portugal pelos encarnados. Pela seleção portuguesa realizou 16 jogos e marcou um golo.

Foi como treinador que Artur Jorge inscreveu o nome na história do futebol mundial. No início da década de 80, começou como adjunto de José Maria Pedroto no Vitória de Guimarães e continuou como técnico principal ao serviço do Belenenses e do Portimonense. De forma algo surpreendente, em 1984 foi a escolha de Jorge Nuno Pinto da Costa para suceder a Pedroto e a António Morais (que substituíra o Mestre interinamente) como treinador do FC Porto. A aposta não demorou a revelar-se plenamente certeira. Artur Jorge potenciou ao máximo um plantel recheado de talento e construiu uma máquina de jogar futebol e ganhar títulos. Na primeira temporada, foi campeão nacional; na segunda, renovou o título; na terceira ganhou a Taça dos Clubes Campeões Europeus. Foi o primeiro treinador português a sagrar-se campeão europeu.

A final de Viena é o expoente máximo de uma carreira notável. Perante um Bayern Munique ultra-favorito, o treinador do FC Porto começou a brilhar na véspera do jogo, quando surpreendeu os jornalistas germânicos ao expressar-se num alemão perfeito. Ficava demonstrado logo ali que quem viajara de Portugal para a Áustria para disputar o título de clubes mais importante do mundo do futebol não era um conjunto de periféricos simpáticos e diminuídos. A 27 de maio de 1987, no Praterstadion, ao intervalo tudo parecia decorrer como seria suposto, com o Bayern em vantagem por 1-0. Até que Artur Jorge proferiu uma palestra que quem a testemunhou descreve como absolutamente inspiradora e galvanizante e a história começou a mudar. Madjer empatou de calcanhar, Juary selou o triunfo. O FC Porto conquista um título internacional pela primeira vez e Artur Jorge garantia a eternidade.

No fim dessa temporada o treinador saiu para os franceses do Matra Racing, mas regressou à Invicta em dezembro de 1988 para mais duas temporadas e meia em que promoveu a renovação de uma equipa histórica e continuou a amealhar troféus. No total, ao serviço do FC Porto, venceu uma Taça dos Campeões Europeus, três Ligas de Portugal, uma Taça de Portugal e três Supertaças.

O percurso de Artur Jorge como treinador prosseguiu ao serviço de diversos clubes - como o Paris Saint-Germain e o Benfica - e seleções - com destaque para as de Portugal e da Suíça. O seu palmarés foi enriquecido com uma Liga, uma Taça e uma Supertaça de França, uma Liga da Arábia Saudita e uma Supertaça da Rússia.

Artur Jorge foi um homem e um treinador diferente do comum. Extremamente culto, autor de um livro de poesia, melómano e colecionador de arte, afirmou-se simultaneamente como um dos técnicos de futebol com mais sucesso do final do século XX. A sua morte deixa o FC Porto órfão de uma lenda.

 
 
 
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