Motoristas e autocarros da rede Unir alvo de fiscalização do IMT
Porto Canal / Agências
O Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) está a fiscalizar, juntamente com forças policiais, os veículos e o os motoristas da nova rede de autocarros Unir, da Área Metropolitana do Porto (AMP), respondeu a entidade à Lusa.
"O Instituto da Mobilidade e dos Transportes, prosseguindo as competências de fiscalização que lhe são conferidas, tem vindo a realizar, em conjunto com as forças policiais, ações de fiscalização ao transporte coletivo de passageiros na área de atuação da rede Unir", pode ler-se numa resposta de fonte oficial do IMT a questões da Lusa.
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De acordo com a mesma resposta do IMT, "esta operação tem como principal foco a verificação do cumprimento da legislação em vigor, nomeadamente no que toca às condições dos veículos e cumprimento dos requisitos legais dos motoristas".
"As ações tiveram início na passada semana, vão manter-se nos próximos dias e repetir-se-ão sempre que necessário e enquadradas no plano de fiscalização deste instituto", acrescenta o IMT.
Questionada sobre quais as empresas a ser fiscalizadas, fonte oficial do IMT não revelou, "tendo em conta que a operação está a decorrer".
Na sexta-feira, o presidente da Área Metropolitana do Porto revelou que num lote da nova rede de transportes Unir há 26 autocarros parados com vidros partidos, pneus furados e matrículas trocadas, indicando que o caso está a ser investigado pela polícia.
À margem, em declarações aos jornalistas, o presidente da AMP reconheceu que os atos de vandalismo de que têm sido alvo os autocarros da Unir são “estranhos” e parecem “boicote”.
“Nunca houve tantos pneus furados, tantos vidros partidos e matrículas trocadas como agora, eu não sei quem é, mas o assunto está entregue à polícia. Nunca o meu telemóvel esteve afixado nas paragens do autocarro para telefonar como fonte de informação da rede Unir e agora está. Que há azar há, boicote parece-me também, creio que as autoridades policiais vão aferir, mas que é estranho é”, disse.
A operação da Unir - que prevê 439 linhas e começou a 1 de dezembro - tem sido marcada por muitos protestos dos passageiros. Atrasos, carreiras por cumprir e falta de informação estão entre as principais queixas.
A Unir começou a operar a 1 de dezembro em todo o território da região, após anos de litigância nos tribunais com os anteriores operadores.
Em 5 de dezembro, a nova rede adiantava, numa nota publicada no seu 'site', que estava a "reformular e adequar" os horários dos lotes Norte Nascente, Sul Nascente e Sul Poente.
Dois dias depois, o presidente da AMP admitiu à Lusa que o arranque "em pleno" da Unir possa acontecer apenas no início do próximo ano.
Esta segunda-feira, face a críticas do PCP de Oliveira de Azeméis aos "abundantes episódios de incumprimento na rede" Unir, a AMP reconheceu os“constrangimentos no serviço”, mas diz-se “a trabalhar para corrigir todas as situações e garantir um serviço eficiente e de qualidade para todos os utilizadores, implementando medidas que incluem ajustes operacionais, reforço da frota e horários”.
A nova rede de 439 linhas e nova imagem substitui os serviços efetuados pelos cerca de 30 operadores privados rodoviários na AMP, como por exemplo a Caima, Feirense, Transdev, UT Carvalhos, Gondomarense, Pacense, Arriva, Maré, Landim, Valpi, Litoral Norte, Souto, MGC, Seluve, Espírito Santo, entre outros.