Teste de inglês do 9º ano deve poder integrar nota final
Porto Canal / Agências
Lisboa, 07 ago (Lusa) -- A Provedoria de Justiça, em resposta a uma queixa de uma encarregada de educação, recomendou que a calendarização do teste de diagnóstico de inglês permita integrar as notas dos alunos na sua avaliação de final de ano.
As notas do teste de diagnóstico de língua inglesa para o 9.º ano -- Key for Schools -- da autoria do Cambridge Institute, mas coordenado e aplicado pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), foram afixadas a 15 de julho, depois de vários adiamentos.
Ainda assim, houve alunos e encarregados de educação que quando se dirigiram às escolas para consultar nas pautas os resultados do teste não encontraram nem o nome nem a nota.
Foi o caso de Telma Ferreira, e de alguns colegas seus, da Escola Básica Nuno Gonçalves, em Lisboa, o que levou a encarregada de educação da aluna a queixar-se junto da escola e do IAVE, para obter a nota da filha, ainda por divulgar, e também junto da Provedoria de Justiça, que respondeu com recomendações ao IAVE e com o reconhecimento de que, no caso exposto houve pelo menos um dano de confiança.
A nota do teste 'Key for Schools' poderia ser utilizada pelos professores na avaliação final do ano, se assim o entendessem, mas os atrasos na divulgação da classificação impediu que isso acontecesse.
Na resposta, a provedoria adianta que os contactos com a escola confirmaram as justificações avançadas pelo IAVE para o atraso na divulgação das notas e que se prendem com um atraso no envio para correção da componente 'Speaking' da prova de diagnóstico, facto que motivou uma chamada de atenção deste organismo à escola, para "impedir ou pelo menos dificultar a verificação de casos semelhantes no futuro".
A provedora-adjunta considerou que "em termos gerais" pareceu "pouco clara" a ligação deste teste de diagnóstico com o processo de avaliação contínua do ano letivo, e que no caso particular da aluna da escola de Lisboa, ainda que não tenha pedido certificação dos conhecimentos de inglês, pelo atraso na divulgação da nota "há que reconhecer a existência de um dano, quanto mais não seja na confiança que deve merecer o conjunto de regras sobre avaliação".
Reconhecendo ainda que os atrasos nas divulgações das notas se devem também ao "caráter experimental do programa", uma vez que este foi o primeiro ano em que a prova foi aplicada, a Provedoria de Justiça não deixou de dirigir uma "chamada de atenção" ao presidente do IAVE, para que "a calendarização do programa permita realmente às escolas que assim o entendam integrar os resultados dos testes na avaliação interna final do 9.º ano".
Na altura em que foi divulgado o caso desta escola de Lisboa, e contactado pela Lusa, o IAVE confirmou que havia problemas com a divulgação dos resultados deste exame, com "diferentes casos, com diferentes origens" a serem tratados individualmente por uma equipa para o efeito.
Segundo o IAVE são "casos pontuais e dispersos" e o instituto espera ver a situação resolvida "o mais rápido possível".
Recusou no entanto esclarecer quantos casos como este estão a ser analisados pela equipa do IAVE e quais as "diferentes origens" na base das falhas na divulgação de resultados, não fazendo qualquer referência ao Cambridge Institute, que chegou a ser apontado como responsável pelos atrasos.
Este teste era obrigatório para todos os alunos do 9.º ano e opcional para os estudantes com idades compreendidas entre os 11 e os 17 anos.
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