O primeiro-ministro demitiu-se: e agora?

O primeiro-ministro demitiu-se: e agora?
| Política
Porto Canal

O primeiro-ministro apresentou a demissão do cargo esta terça-feira, após as buscas que decorreram durante a manhã em vários gabinetes do Governo e que levaram à detenção de cinco pessoas, incluindo o chefe de gabinete de Costa, Vítor Escária, e Diogo Lacerda Machado, conhecido por ser um dos "melhores amigos" do líder socialista. O pedido de demissão já foi aceite por Marcelo Rebelo de Sousa mas a questão para muitos portugueses é: e agora, o que vai acontecer nos próximos dias?

O presidente da República já fez saber, através do site oficial da presidência, que vai ouvir os partidos que constituem o Parlamento e convocar o Conselho de Estado para quinta-feira. Nesse mesmo dia, Marcelo falará ao país.

Estando já aceite a demissão do primeiro-ministro, existem vários cenários em cima da mesa.

O Partido Socialista (PS), com maioria absoluta na Assembleia da República, pode apresentar um nome para substituir António Costa. Esta é uma opção que pode não ser do agrado do presidente da república, que no passado afirmava que este governo "vivia" de António Costa, sendo dele e apenas dele a maioria absoluta conquistada nas eleições legilstivas de 2022.

A opção apresentada por vários analistas políticos como a mais plausível passa pela dissolução do Parlamento. Em vários momentos turbulentos do governo, ao longo dos últimos meses de legislatura, esta foi uma possibilidade várias vezes mencionada e equacionada por Marcelo Rebelo de Sousa.

 
 
 
Ver esta publicação no Instagram
 
 
 

Uma publicação partilhada por Porto Canal (@porto.canal)

Durante a manhã desta terça-feira, foi tornado público buscas da Polícia de Segurança Pública (PSP) em vários ministérios e na residência oficial do primeiro-ministro, no Palácio de São Bento. Em causa está um inquérito que está a investigar a exploração de lítio em Montalegre e a suspeita de crime nos negócios do hidrogénio verde.

A meio da manhã, já tinham sido detidos o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, o consultor próximo de Costa, Diogo Lacerda Machado, e o presidente da Câmara de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas, assim como dois executivos de empresas, avançou o jornal Público.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, o primeiro-ministro é alvo de uma investigação autónoma do Ministério Público num inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça. “No decurso das investigações surgiu, além do mais, o conhecimento da invocação por suspeitos do nome e da autoridade do primeiro-ministro e da sua intervenção para desbloquear procedimentos no contexto suprarreferido. Tais referências serão autonomamente analisadas no âmbito de inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça, por ser esse o foro competente”, lê-se numa nota divulgada pela PGR.

No discurso de demissão, Costa frisou que esta é uma "etapa da vida que encerro de cabeça erguida e com consciência tranquila”

+ notícias: Política

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".

Austeridade: programa de rescisões poderá conter medida inconstitucional - jurista

Redação, 06 mai (Lusa) - O especialista em direito laboral Tiago Cortes disse hoje à Lusa que a constitucionalidade da medida que prevê a proibição do trabalhador do Estado que rescinde por mútuo acordo voltar a trabalhar na função Pública poderá estar em causa.