Uma dor de cabeça chamada VCI. Automobilistas perdem cada vez mais tempo no "pára-arranca"
Porto Canal
O dia-a-dia de quem atravessa a Via de Cintura Interna no Porto fica marcado pelos constantes "pára-arranca".
De acordo com o o relatório de tráfego disponível no sítio oficial do Instituto de Mobilidade dos Transportes, consultado pelo Porto Canal, o trânsito já chega a ultrapassar níveis pré pandémicos.
Os veículos de emergência médica estão, inclusive, a sofrer atrasos de cerca de dez minutos nos percursos mais longos devido aos constrangimentos na VCI.
A via é uma dor de cabeça para os automobilistas que a atravessam diariamente e para as empresas de transporte de mercadorias.
São oito da manhã em ponto e a partir desse momento cada minuto conta para conseguir chegar a horas ao trabalho.
Artur Veloso mora em Braga, mas trabalha em Gaia. Todos os dias, há mais de sete anos, faz o percurso entre casa e o trabalho de carro.
Para o bracarense, os transportes públicos estão fora de questão. Entre autocarros e comboios, Artur Veloso demoraria entre uma hora e meia a duas horas, para cada lado.
Se o cenário já é difícil para os condutores de carros ligeiros, imagine-se para os camionistas.
Diariamente, Marco Malheiro transporta no camião matérias perigosas. Na sua opinião, é um pesadelo atravessar a Via de Cintura Interna, do Porto.
Há 12 anos, a Circular Regional Exterior do Porto, conhecida como CREP, foi apresentada como solução para ‘sugar’ o trânsito da VCI.
Marco até já fez o teste com um colega de trabalho para perceber qual trajeto seria rápido, tendo concluido que na CREP se apanha menos trânsito.
Contudo, a solução apresentada não é viável, no seu entender, uma vez que implica um desvio de vários quilómetros e o pagamento de portagens.
Rita Figueiredo gere o tráfego do grupo Vidal, a empresa de transporte de mercadorias, de Oliveira de Azeméis. O tempo é dinheiro, ainda mais no transporte de mercadorias, e para garantir que o serviço não atrasa, os trabalhadores da Vidal saem com duas horas de antecedência.
Em entrevista exclusiva ao Porto Canal, o autarca Rui Moreira sugeriu a descentralização das vias de transporte, na área metropolitana do Porto.
Mas a resolução do problema passa apenas pelas mãos do Governo, que até agora nada fez.