Bibliotecas do Porto lançam inquérito para aferir necessidades bibliográficas de investigadores
Porto Canal/Agências
As Bibliotecas do Porto lançaram esta sexta-feira um inquérito dirigido aos investigadores que pretende salvaguardar os recursos bibliográficos necessários aos projetos de investigação durante o encerramento temporário da Biblioteca Municipal do Porto.
A medida, explica o diretor do Museu e Bibliotecas do Porto, Jorge Sobrado, surge no contexto do Plano de Reforço e Modernização das Bibliotecas Municipais e Mitigação dos Efeitos de Encerramento Temporário da Biblioteca Pública Municipal do Porto (BPMP).
“Com a adoção deste programa que foi aprovado pelo presidente da câmara, suspendemos o processo de empacotamento, uma vez que este programa representa um conjunto de opções que irão salvaguardar a acessibilidade a um conjunto de fundos”, revelou, em declarações à Lusa, o diretor do Museu e Bibliotecas do Porto, Jorge Sobrado.
Este processo, acrescenta, irá ser retomado dentro de alguns meses, estando a ser trabalhado “um novo calendário que permita justamente acomodar um conjunto de interesses de manutenção dos serviços da biblioteca pública”, não só para os investigadores, mas também para o público em geral.
Neste contexto, o inquérito lançado hoje pretende “antecipar, identificar e mapear” interesses e necessidades, salvaguardando os recursos bibliográficos necessários aos projetos de investigação durante o encerramento temporário daquela infraestrutura pelo menos até ao final do primeiro semestre de 2024, antevê aquele responsável.
Para além da identificação do investigador, são solicitadas informações sobre a investigação em curso, nomeadamente as temáticas dos trabalhos de investigação e os títulos de obras, monografias ou jornais de interesse.
O inquérito decorre até 15 de setembro em https://bibliotecasinquerito.cm-porto.pt/.
O Plano de Medidas de Reforço e Modernização dos Serviços das Bibliotecas Municipais e Mitigação dos Efeitos de Encerramento Temporário da Biblioteca Pública Municipal, lançado no início deste mês, apresenta um pacote de 15 medidas. O plano de medidas em aplicação, refere Jorge Sobrado, vai permitir incrementar e modernizar serviços, colocando as Bibliotecas Municipais num contexto de melhor serviço público.
Entre as principais medidas previstas está a aceleração do projeto «Biblioteca Errante», como rede de microbibliotecas pulverizadas, generalistas e temáticas, na cidade – no qual se inclui o funcionamento regular do Bibliocarro em 20 bairros da cidade, por mês.
A 07 setembro será também aberto um novo polo da Biblioteca Errante.
Está ainda previsto o alargamento do horário da Biblioteca Municipal Almeida Garrett, que a partir de outubro estará aberta das 09:00 às 21:00, de segunda-feira a sábado.
No âmbito do plano será, ainda, disponibilizado o fundo de periódicos históricos do Porto - Jornal de Notícias, O Primeiro de Janeiro, O Comércio do Porto, O Portuense, a Gazeta Literária do Porto e o Periódico dos Pobres do Porto, entre outros - para trabalhos de investigação, noutras instalações, até à concretização de outras respostas.
Dar-se-á igualmente continuidade ao serviço de consulta a “Manuscritos & Reservados” e ao fundo de Livro Antigo para trabalhos de investigação, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, em sala preparada para o efeito.
Os investigadores terão, ainda, ao dispor uma “linha azul”, com equipa e atendimento dedicados. Para Jorge Sobrado, com este programa, a biblioteca, que tradicional tem um serviço reativo, está desta forma a ser pró-ativa, encontrando meios para continuar a funcionar.
O encerramento BPMP para obras de requalificação e ampliação deve acontecer só no próximo ano, devendo a intervenção no edifício junto ao Jardim de São Lázaro demorar cerca de três.
O projeto que tem assinatura do arquiteto Eduardo Souto de Moura vai permitir triplicar a capacidade de depósito da biblioteca. Em junho de 2021, quando foi apresentado o projeto, o custo da empreitada rondava os 17 milhões de euros, valor que, à data, o autor do projeto já admitia ter de vir a ser ajustado em face do aumento do custo dos materiais.