Saem os jornalistas e entram os turistas. O futuro da Torre do JN
Porto Canal
No projeto de arquitetura é lembrado o projeto inicial do arquiteto Márcio Freitas, autor da Torre JN, caracterizando-o como a “expressão e afirmação de arquitetura para o futuro”. Vamos então conhecer o futuro do edifício que ao longo de várias décadas é casa do Jornal de Notícias.
O projeto do ‘Hotel Jornal’, que acomoda 213 quartos num investimento que ronda os 40 milhões de euros, está a cargo do gabinete de arquitetura OODA. O edifício tem 17 andares e 14 mil m2 de área total.
Os arquitetos da empresa são também os responsáveis pelo projeto da Miramar Tower, na Foz, aquele que foi o primeiro investimento imobiliário de luxo, em Portugal, da KNJ Investment Limited, grupo de Macau, liderado por Kevin Ho.
O Jornal de Notícias e outros títulos do grupo Global Media, como a TSF ou O JOGO, vão abandonar a sede histórica na Rua de Gonçalo Cristóvão ainda antes do verão, noticiou o Porto Canal a 17 de fevereiro. O novo local de trabalho do único jornal generalista sediado no Porto está escolhido: Rua do Monte dos Burgos, 470.
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O empresário de Macau é o maior acionista da Global Media – detém 30% através de uma compra efetuada em 2017 por 15 milhões de euros.
Kevin Ho fechou a compra do edifício do JN em 2017 com os restantes acionistas do grupo, através da empresa Empatia Autêntica Lda., gerida por Lei Ka Kei e David Siu, gerentes da Burgosublime, noticiava a Sábado, cuja empresa-mãe é a sucursal portuguesa da KNJ.
À data o valor não foi divulgado, contudo, segundo a revista Sábado, a venda da torre terá valido nove milhões e 500 mil euros.
Anteriormente já o edifício sede do Diário de Notícias, na Avenida da Liberdade em Lisboa, tinha sido vendido por 20 milhões de euros, tendo sido convertido em habitação de luxo.
A sede do JN na Rua de Gonçalo Cristóvão é um dos marcos da cidade, definindo o topo norte da Trindade e destacando o processo urbanístico de “terceirização” do Porto na década de 60 do século XX.
Edifício projetado por Márcio Freitas para o trabalho jornalístico, com uma torre de escritórios por cima de um pódio desenhado especificamente para as máquinas de impressão do Jornal de Notícias, apresenta ainda um mural de Charters de Almeida virado para o viaduto da Gonçalo Cristóvão. Vários dos 17 pisos da torre estão devolutos, com vidros partidos e áreas sem acesso.