Pedro Schuller, membro da Assembleia Municipal eleito pelo “Porto, o Nosso Movimento”, considera que a proposta apresentada por Rui Moreira para a criminalização do consumo de droga [em espaços públicos] não “foi feliz ou adequeada”. O jovem dirigente da Iniciativa Liberal considera que “Portugal é um caso de sucesso, precisamente por tratar a droga como um problema de saúde pública e não como um problema legal”. Sobre a moção, aprovada pelo executivo na semana passada, diz que o objetivo de alertar para a problemática da droga no Porto “foi conseguido” mas que, “com mais cuidado, o objetivo tinha sido cumprido de uma forma mais consequente”.

A criminalização do consumo de droga na via pública tem dividido opiniões junto dos partidos. Tanto o Partido Socialista como o Bloco de Esquerda já tinham tecido críticas ao documento aprovado em reunião de Executivo. Quanto à posição dos órgãos concelhios, Pedro Schuller diz ter ficado “estupefacto” com a posição das organizações locais do PS e do PSD, que votaram a favor do documento. O dirigente da IL diz que ambos os partidos foram “desautorizados pelo PS e PSD nacionais”.

Do lado da concelhia da Iniciativa Liberal a opinião é de que “há claramente uma falta de meios generalizada, da competência do Estado Central, que não permite fazer cumprir a lei”. Ouvido pelo Porto Canal, Ricardo Gouveia, presidente da concelhia, diz que o partido “corrobora totalmente da opinião de Rui Moreira”, mas que “mais importante do que uma alteração, neste momento, é necessário fazer cumprir a lei”.

A 6 de janeiro, Rui Moreira defendeu ser necessário alterar a lei relativa ao consumo de estupefacientes na via pública e destacou que a situação no Porto, nomeadamente nas proximidades do bairro da Pasteleira, “demonstra que o Estado falhou”.