Câmara de Guimarães avança para tribunal para tentar travar fecho de escola
Porto Canal
A Câmara de Guimarães vai interpor uma providência cautelar para tentar travar o fecho da EB1 de Gonça, anunciado pelo Ministério da Educação apesar de aquela escola dispor de 26 alunos, garantiu hoje a vereadora daquele pelouro.
Em declarações à Lusa, Adelina Paula ressalvou que o município "ainda não foi oficialmente informado" da decisão de encerramento, apenas dela tendo tido conhecimento "através da comunicação social".
"Se a informação se confirmar, avançaremos com uma providência cautelar para a tentar contrariar, porque entendemos que, neste caso, não há nada que justifique o encerramento da escola", acrescentou a vereadora da Educação.
Adelina Paula criticou os encerramentos de escolas "feitos a régua e esquadro, a partir de Lisboa", sem terem em linha de conta as "realidades" no terreno e as posições dos representantes mais próximos das populações.
Admitiu que o encerramento da escola de Gonça e o encaminhamento dos alunos da freguesia para o Centro Escolar de Mosteiro, em S. Torcato, está previsto na carta escolar, mas lembrou que este documento data de 2006, estando por isso "desatualizado".
Segundo a autarca, esse documento apontava para o fecho da escola de Gonça já em 2011, ano em que previsivelmente teria 18 alunos.
"Mas a realidade acabou por contrariar as projeções e, em vez de descida, registou-se um aumento do número de crianças, havendo neste momento 26 alunos para aquela escola", referiu.
Sublinhou ainda que Gonça se situa "num extremo" do concelho e tem uma "área territorial muito grande", com todas as dificuldades que isso implica em termos de transporte dos alunos.
Numa fase inicial, o Ministério da Educação propôs o fecho de seis escolas no concelho de Guimarães, mas a Câmara contrapôs que todas reuniam condições para continuarem abertas, nomeadamente por terem mais de 21 alunos.
O ministério acabou por decretar apenas o encerramento da escola de Gonça.
A Câmara vai pugnar para que também esta continue aberta no próximo ano letivo, alegando ainda que está em curso a revisão da carta educativa do concelho.
"Penso que fará todo o sentido esperar mais um ano, pelos resultados da revisão da carta, para então se decidir o que fazer, em função dos dados atualizados e das novas realidades", rematou Adelina Paula.