Autarcas de Trás-os-Montes lamentam falta de diálogo do Ministério da Educação
Porto Canal / Agências
Bragança, 26 jun (Lusa) -- A Comunidade Intermunicipal (CIM) de Trás-os-Montes acusou hoje o Ministério da Educação de falta de diálogo no processo de encerramento de escolas, vincando que não se revê na decisão da tutela que afeta estabelecimentos dos concelhos de influência deste organismo.
O Ministério da Educação divulgou, na segunda-feira, a lista de 311 escolas que pretende encerrar no próximo ano letivo em todo o país, duas das quais nos concelhos de Mirandela e Flor que constituem a CIM Trás-os-Montes, junto com os municípios de Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Macedo de Cavaleiros, Vinhais, Miranda do Douro e Vimioso.
Em comunicado divulgado hoje, a CIM Trás-os-Montes "lamenta que não tenha havido da parte do Ministério da Educação a disponibilidade necessária para dialogar com todos os municípios e estabelecer um plano consensualizado a nível do reordenamento escolar para o futuro".
Aquele organismo intermunicipal denuncia ainda que a tutela não correspondeu à disponibilidade manifestada pelos autarcas para discutirem esta matéria, indicando que vários pedidos de reunião ficaram sem resposta.
Os presidentes de Câmara acusam também delegado regional do Norte de Educação de ter "demonstrado uma elevada falta de consideração pelos autarcas presentes" na reunião que aceitou realizar, no Porto, na segunda-feira, "sem nada adiantar" relativamente ao processo, justamente no dia em que foi divulgada a lista das escolas a encerrar.
Perante os factos ocorridos, a CIM Trás-os-Montes entende que "não é correto da parte do Ministério da Educação e Ciência referir que a proposta de encerramento das escolas foi feita pelos serviços regionais do Ministério e pelos municípios, quando na realidade, na área territorial" desta comunidade "o encerramento das escolas de Freixiel e do Cachão não obteve a concordância dos municípios de Vila Flor e de Mirandela respetivamente".
Por estas razões, os municípios transmontanos "não se reveem na decisão tomada pelo Ministério da Educação e Ciência".
Os presidentes das Câmaras de Vila Flor e de Mirandela, Fernando Barros e António Branco, já tinham manifestado a sua "revolta" com a atitude da tutela e garantiram à Lusa, depois de conhecerem a lista, que não vão assumir os custos com o encerramento das escolas nos seus concelhos.
HFI // JGJ
Lusa/fim