Ucrânia: Vice-presidente dos EUA viaja para Polónia e Lituânia para debater crise
Porto Canal / Agências
Washington, 15 mar (Lusa) -- O vice-presidente dos EUA vai viajar para a Polónia e Lituânia, na próxima semana, para discutir com os aliados na região a crise provocada pela intervenção militar russa na península ucraniana da Crimeia, anunciou, na sexta-feira, a Casa Branca.
Joe Biden chegará a região na segunda-feira, dia 17, um dia depois de a república autónoma da Crimeia celebrar o polémico referendo sobre a sua união à Rússia.
O referendo não goza do reconhecimento nem dos Estados Unidos nem dos seus aliados europeus, os quais advertiram a Rússia para a aplicação de sanções no caso de anexar a Crimeia.
Na sua viagem à Polónia e à Lituânia, que termina dia 19, Biden reunir-se-á com os líderes dos dois países e com os da Estónia e da Letónia para estudar com eles uma forma de apoiar a soberania e integridade territorial da Ucrânia no âmbito da crise desencadeada pela intervenção russa na Crimeia.
O Presidente norte-americano, Barack Obama, disse, esta sexta-feira, que acredita numa solução diplomática para esta crise, voltando a advertir Moscovo de que haverá "consequências" se "continuar a violar" a soberania da Ucrânia.
As declarações de Obama foram proferidas quase ao mesmo tempo das do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, que disse, em Londres, que a "vontade" do povo da Crimeia -- expressa no referendo de domingo -- deverá ser respeitada, pedindo o apoio da comunidade internacional para uma reforma constitucional na Ucrânia.
Lavrov deu uma conferência de imprensa no final do encontro que manteve, em Londres, com o chefe da diplomacia norte-americana, John Kerry, em que reconheceu que "persistem as diferenças" entre Washington e Moscovo sobre a crise ucraniana.
Obama recebeu, na quarta-feira, na Casa Branca, o primeiro-ministro interino da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, num encontro em que se mostrou confiante de que poder-se-ia evitar o referendo na Crimeia por via da diplomacia.
A visita de Arseni Yatseniuk à Casa Branca figurou como um sinal de apoio dos Estados Unidos ao novo Governo interino da Ucrânia, cuja legitimidade é rejeitada pela Rússia, com Obama a aproveitar para reiterar que o seu país "não reconhecerá" o resultado do referendo.
Entretanto, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, sustentou, na quinta-feira, que se a Rússia não abandonar as suas intenções de anexar a Crimeia, após o referendo, a União Europeia e os Estados Unidos responderão com medidas "muito sérias".
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