Ucrânia: EUA acusam Rússia de envio de centenas de militares para a Ucrânia
Porto Canal / Agências
Washington, 28 fev (Lusa) -- A Federação Russa enviou "várias centenas" de militares para a região ucraniana da Crimeia, disseram hoje, sob anonimato, responsáveis dos EUA na área da Defesa, depois de Kiev apelar a Moscovo para retire as suas tropas.
"Parece que eles [os russos] transferiram várias centenas de tropas" para a Crimeia, disse à AFP um alto responsável norte-americano.
Os comentários marcaram a primeira confirmação feita pelo Governo do Presidente Barack Obama de uma incursão russa na Crimeia.
Os russos não avisaram previamente o Governo norte-americano do seu avanço nem explicaram as suas intenções depois de a operação ter começado, adiantou aquela fonte.
Mas os dirigentes do Pentágono sublinharam que os EUA estão focados na diplomacia e que não há qualquer ponderação de ação militar.
"Agora, está no campo da diplomacia", disse um segundo dirigente, que também pediu o anonimato para se pronunciar.
Estas fontes adiantaram ainda que não tinham conhecimento de qualquer pedido de assistência militar por parte dos dirigentes ucranianos.
Ainda sob anonimato, um terceiro dirigente do governo norte-americano admitiu à AFP que Obama poderia decidir não participar na cimeira do Grupo dos 8, prevista para Sochi, na Federação Russa, em junho, se os militares de Moscovo estiverem envolvidos na Ucrânia.
[O Grupo dos 8 junta os membros do G-7 (Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido) e a Federação Russa.]
Este dirigente especificou que a viagem de Obama à Federação Russa poderia ser cancelada como parte dos "custos" a que Obama tinha aludido antes, se se confirmar que Moscovo violou a soberania ucraniana.
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