Situação na Ucrânia não vai ter impacto no preço e fornecimento de gás a Portugal

Situação na Ucrânia não vai ter impacto no preço e fornecimento de gás a Portugal
| Economia
Porto Canal

A Entidade Reguladora do Setor Energético disse hoje à Lusa que a situação de instabilidade política e social na Ucrânia não vai ter reflexos nem no preço nem nos fornecimentos de gás natural a Portugal.

"Não é crível que a situação na Ucrânia afete porque o sistema português de energia está na orla do Mediterrâneo e Atlântico; as fontes de gás natural são, por via de gasoduto, a partir de Espanha, proveniente da Argélia, e por via marítima, através de Sines, há contratos de gás com origem na Nigéria", explicou hoje à Lusa uma fonte oficial da ERSE.

Portugal, sublinhou, está relativamente imune ao que se passa na Ucrânia em termos energéticos, "e mesmo a Península Ibérica está desligada da fonte Rússia; Espanha recebe muito gás da Argélia, do Qatar, também do Egito, e depois, claro, da Nigéria, um dos grandes fornecedores mundiais", acrescentou a mesma fonte.

"Portugal está relativamente confortável com a situação atual, até porque a pressão da eventual procura seria para o fornecimento de gás natural para produção de energia elétrica, mas a chuva dos últimos tempos fez com que possamos prescindir da produção de gás para usar a água que temos nas nossas barragens, o que reforça a tranquilidade que temos face à situação na Ucrânia", disse.

Sobre uma eventual pressão nos preços, o panorama também é tranquilo: "A acontecer, essa pressão seria sentida no centro da Europa caso houvesse problemas no gasoduto, mas nada nos faz crer que isso vá acontecer", afirmou o responsável na ERSE.

"Não haver mercados totalmente integrados tem coisas más, mas neste caso é uma coisa boa: se as tensões se colocarem numa fonte de aprovisionamento de gás distante da nossa, estamos relativamente protegidos, e até os mercados da Europa central continuam a executar os contratos, porque a Ucrânia não é um produtor, é um ponto de passagem, um importante ponto de escoamento", acrescentou.

A crise política na Ucrânia começou em finais de novembro quando milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra a decisão do presidente de suspender os preparativos para a assinatura de um acordo de associação com a União Europeia e de reforçar as relações com a Rússia.

Na última semana, o clima de tensão piorou, havendo já pelo menos 50 mortos, havendo corpos amontoados em locais como paragens de autocarro nas imediações da Praça da Independência, no centro de Kiev, ou em frente a hotéis, de acordo com os relatos das agências noticiosas.

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