Presidente diz que não anda em 'tournée' mas está disponível para ajudar a vender o banco

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 29 mar (Lusa) - O presidente do Novo Banco, Stock da Cunha, disse hoje que não anda em qualquer ronda internacional com investidores para vender o banco, mas garantiu que está disponível para participar em iniciativas desse género se o acionista considerar necessário.

"Diz-me que ando em 'tournée' internacional, não vi nenhuma, até agora não fui a nenhuma. A não ser que entenda isso de eu ir a Londres ao fim de semana ver a família", afirmou Stock da Cunha, na Comissão parlamentar de Trabalho e Segurança Social, em resposta a uma questão do deputado do Bloco de Esquerda José Soeiro sobre reuniões fora de Portugal com investidores para apresentar o Novo Banco, que tem de ser vendido até agosto de 2017.

Segundo o presidente do Novo Banco, para já só teve reuniões com potenciais investidores na sede da instituição, em Lisboa, mas acrescentou que está disponível para participar em reuniões internacionais com vista a atrair investidores para o Novo Banco caso o acionista - o Fundo de Resolução bancário - assim o entenda.

"Do meu mandato faz parte participar naquilo que o acionista me peça. No momento em que o acionista decidir propor-me acompanhá-lo na eventual tarefa de ajudar a vender o banco, acompanharei. Até agora existe essa hipótese em cima da mesa mas não se concretizou", afirmou Stock da Cunha.

O Diário de Notícias publicou a semana passada que Stock da Cunha e o ex-secretário de Estado Sérgio Monteiro, que foi contratado pelo Banco de Portugal para vender o Novo Banco, vão estar em Nova Iorque esta quinta-feira em contactos com investidores, naquela que será a primeira reunião de um 'roadshow' internacional com investidores para venda do banco, seguindo-se Londres e Boston nos primeiros dias de abril.

A Lusa contactou já a semana passada o Banco de Portugal sobre este tema, mas até ao momento não obteve resposta.

Stock da Cunha esteve hoje no Parlamento para falar no processo de reestruturação do banco e, em especial, na saída de cerca de 500 trabalhadores.

Até ao momento, disse, 200 pessoas já aceitaram sair por rescisão por mútuo acordo e no total deverão aceitar 350, pelo que o banco vai avançar com o despedimento coletivo de 150 trabalhadores. Os trabalhadores que não aceitarem sair por rescisão amigável poderão ser despedidos.

No total, o banco quer ficar com 6.000 trabalhadores em Portugal e cerca de 530 balcões.

O responsável pelo Novo Banco considerou hoje que este processo de reestruturação permitirá que a instituição seja vendida em melhores condições financeiras.

"Ou fazemos nós [a reestruturação] e o preço de venda é superior ou o preço é inferior para capturar o esforço que [o comprador] terá de fazer depois", disse o banqueiro.

O Novo Banco foi criado no início de agosto de 2014 na sequência da resolução do Banco Espírito Santo (BES) como banco de transição, detido na totalidade pelo Fundo de Resolução bancário. Este tem de ser vendido no máximo até agosto de 2017, depois de a Comissão Europeia ter estendido por um ano a data para a sua alienação.

A instituição teve prejuízos de 980,6 milhões de euros em 2015, justificando mais de metade do prejuízo ainda com o 'legado' do BES. Quanto ao resultado operacional (antes de impostos, imparidades e provisões), esse foi positivo em 125 milhões de euros em 2015.

IM// ATR

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