Novo Banco: Mais de 500 trabalhadores foram chamados esta semana para rescindir contrato

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 17 mar (Lusa) - A Comissão Nacional de Trabalhadores (CNT) do Novo Banco revelou hoje que mais de 500 pessoas já foram chamadas para reunir na terça e na quarta-feira com responsáveis dos recursos humanos para conhecerem as condições da rescisão de contrato.

"As pessoas sentiam-se ovelhas a ser chamadas para um matadouro", lamentou Rute Pires, porta-voz da CNT que hoje esteve a ser ouvida na Comissão de Trabalho e Segurança Social da Assembleia da República.

Segundo a responsável, estas reuniões decorreram desde as 09:00 às 23:00, nos dois dias, e os trabalhadores têm que dar uma resposta à administração sobre a proposta para a rescisão por mútuo acordo do contrato de trabalho até aos dias 22 e 23 de março e a cessação do contrato dos trabalhadores que aceitem as condições oferecidas pela administração é a 30 de abril.

"Assistimos a uma cena imoral", considerou Rute Pires, apontando para as filas de pessoas à espera de serem recebidas nos dias em que foram chamadas e considerando que um processo desta dimensão não pode ser feito em dois dias.

Nas reuniões, além dos trabalhadores, que nalguns casos foram acompanhados por membros da CNT, estiveram presentes um elemento dos recursos humanos do Novo Banco e um advogado da empresa externa que foi contratada para este fim.

A firma em causa é a Rebelo de Sousa & Associados, tendo Rute Pires destacado que a mesma está "ligada familiarmente ao Presidente da República", Marcelo Rebelo de Sousa, já que o seu irmão Pedro Rebelo de Sousa é sócio sénior.

"As pessoas são chamadas e é-lhes apresentada uma pasta com as condições, que são iguais para todos. E mesmo na nossa presença dizem às pessoas que a alternativa era o despedimento coletivo", afirmou.

A CNT lamentou que não lhe tenha sido "humanamente possível acompanhar todas as pessoas nestas reuniões", já que "só em Lisboa foram 400 e mais 150 no Porto", criticando ainda a abordagem feita aos visados.

"Têm já os cálculos feitos pelo despedimento coletivo e os cálculos da rescisão por mútuo acordo", salientou, considerando inaceitável este tipo de pressão.

"Se os trabalhadores quiserem avançar para os tribunais para denunciar esta situação nós estamos disponíveis para ser testemunhas", assinalou.

No final dos trabalhos, em declarações aos jornalistas, Rui Geraldes, outro dos representantes da CNT que hoje foi ouvido no parlamento, revelou as condições propostas pela equipa de Stock da Cunha.

Em cima da mesa está um fator de 1,2 sobre o vencimento anual, serviços de assistência médica vitalícia para os trabalhadores com mais de 50 anos, seguros de vida para quem tem menos de 50 anos, e a manutenção das condições do crédito à habitação, quando aplicável.

"Estas condições oferecidas no programa de rescisões por mútuo acordo são muito melhores do que as relativas ao despedimento coletivo", realçou Rui Geraldes, considerando que visam conseguir o maior número de saídas no mais curto espaço de tempo possível.

DN // ATR

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