Polónia já não vai receber refugiados. Atentados de Bruxelas na origem da decisão
Porto Canal (MYF)
A Primeira-Ministra da Polónia, Beata Szydlo, anunciou, estas quarta-feira, que o país não vai aceitar refugiados ao abrigo do mecanismo europeu de repartição de candidatos a asilo, Esta medida surge na sequência dos atentados, desta terça-feira, em Bruxelas, Bélgica.
“Depois do que aconteceu ontem [terça-feira] em Bruxelas, não é possível neste momento dizer que estamos dispostos a aceitar qualquer número de migrantes”, avançou a Primeira-Ministra, à televisão privada polaca ‘Superstacja'.
A Polónia tinha aceitado receber cerca de 7.000 refugiados ao abrigo do mecanismo europeu, respeitando o compromisso assumido com Bruxelas pelo anterior Governo. O primeiro grupo devia chegar no final deste mês ou no principio de abril.
“Somos obrigados, antes de tudo, a velar pela segurança dos nossos cidadãos”, disse Szydlo, defendendo que a Europa deve recusar receber “milhares de migrantes que vêm apenas porque querem melhorar as suas condições de vida” e entre os quais “também há terroristas”.
A primeira-ministra prosseguiu qualificando de “muito prudentes” as posições assumidas pelos países do Grupo de Visegrado (Hungria, Polónia, República Checa e Eslováquia) em relação a países, como a Alemanha, que “deram apressadamente o seu acordo a este afluxo de migrantes”. ”Essa negligência está na origem dos problemas”, afirmou.
Recorde-se, que a União Europeia (UE) adotou, em setembro de 2015, por maioria, um acordo para a repartição de 120.000 refugiados. Eslováquia, Hungria, República Checa e Roménia votaram contra e a Polónia, então governada por centristas, votou a favor.
As três explosões em Bruxelas, duas no aeroporto Zaventem e uma estação de metro de Maelbeek, fizeram pelo menos 31 mortos e 270 feridos, sendo 21 portugueses.