PS questiona Alta Representante sobre a Grécia, PSD e CDS-PP criticam

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 17 fev (Lusa)- O presidente da comissão de Negócios Estrangeiros e deputado socialista, Sérgio Sousa Pinto, interrogou hoje a Alta Representante da União Europeia para a Política Externa sobre a situação grega, o que mereceu reparos de PSD e CDS-PP.

As questões do deputado do PS foram colocadas no início da audição de Federica Mogherini pelas comissões de Negócios Estrangeiros, Assuntos Europeus e Defesa Nacional, onde durante cerca de uma hora foram abordadas as principais prioridades da política externa da União Europeia.

Sérgio Sousa Pinto, que presidiu aos trabalhos e foi o único presidente de comissão a intervir, confessou-se "particularmente impressionado com a violência económica e a linguagem de ultimatos" lançada a Atenas e questionou Mogherini sobre "os custos económicos, políticos e históricos para a construção europeia de uma calamidade grega".

O deputado do PS afirmou que "muitos países são hoje vítimas" do "efeito assimétrico da moeda única" e que "a ideia de que esse problema não existe e que as dificuldades resultam de problemas de ordem moral é ofensiva e inaceitável".

Na resposta, a chefe da diplomacia europeia disse não querer "abordar em detalhe" a questão das negociações entre Bruxelas e Atenas, sublinhando a importância da responsabilidade neste processo e de trabalhar "calmamente e de forma reservada", mais do que "falar publicamente".

"É da maior importância utilizar o tempo com sabedoria e que evitemos desenvolvimentos negativos sobre isto, é uma questão de responsabilidade e que conta para o futuro de toda a União Europeia, não apenas da Grécia e dos cidadãos gregos", referiu a ex-ministra italiana.

O teor da intervenção de Sérgio Sousa Pinto mereceu reparos logo nas primeiras intervenções dos partidos do Governo, PSD e do CDS-PP, no período de perguntas dos deputados à Alta Representante da União Europeia.

"Estamos perante a Alta Representante, senhora Federica Mogherini, e não perante o presdidente do Eurogrupo, o senhor Jeroen Dijsselbloem, que não conheço pessoalmente, mas avaliando pela televisão e pelas fotografias acho que é esse o caso", ironizou o centrista José Ribeiro e Castro.

O antigo líder do CDS defendeu que "a atualidade europeia tem uma agenda externa muito dura e exigente", não passível de ser "distraída com outros assuntos que são importantes, mas da agenda interna da União Europeia".

Já o social-democrata António Rodrigues elogiou a resposta de Mogherini a Sérgio Sousa Pinto: "Gostava de assinalar o respeito que me mereceu o seu comentário de não comentar a política interna da União Europeia e recusar prestar opiniões pessoais sobre perguntas pessoais daquilo que acontece relativamente à Grécia".

O crescimento do autoproclamado Estado Islâmico e os problemas na região subsaariana e no Médio Oriente e o conflito entre a Ucrânia e a Rússia foram os principais temas que dominaram esta audição na Assembleia da República.

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