Seis dezenas de pessoas manifestam-se no Porto contra cortes nas pensões

| Política
Porto Canal / Agências

Pouco mais de 60 manifestantes concentraram-se hoje, à tarde, em frente às instalações da Segurança Social da rua Miguel Bombarda, no Porto, para protestar contra os cortes nas pensões previstas no Orçamento do Estado para 2014.

Com cartazes em que se liam as mensagens "Reforma antecipada já: para este Governo", "Pensões dignas para o Povo, Governo para a rua!", ou "Roubo nas pensões = Morte prematura", os manifestantes, na maioria reformados, responderam à chamada da CGTP, que já tinha realizado, de manhã, outro protesto à porta das instalações da Administração Regional de Saúde do Norte, também no Porto.

Para João Torres, coordenador da União dos Sindicatos do Porto da CGTP, "o simbolismo" deste protesto diante da Segurança Social prendeu-se com a proposta do Orçamento do Estado para 2014, que considera um "roubo aos reformados" e a que acresce um "aumento de impostos, dos pagamentos das prestações de saúde das dificuldades dos seus filhos e dos seus netos, porque estão tocados pela chaga alarmante do aumento do desemprego".

"O Orçamento do Estado foi aprovado na Assembleia da República, o que é negativo, mas não vai impedir que se continue a lutar contra esta política, contra este Governo e por uma alternativa democrática que ponha razoabilidade neste país", disse à Lusa o coordenador sindical.

Aos 69 anos, António Stockler manifestou-se na qualidade de responsável pela organização Inter-Reformados do Porto e, em declarações à Lusa, considerou o corte nas pensões "um crime, uma insensibilidade e uma inumanidade inconcebíveis", apesar da própria reforma, "de 555,30 euros" escapar aos cortes previstos no Orçamento do Estado para 2014.

"Já basta os roubos que nos fazem nas reformas, nos impostos, na Saúde, até nos transportes nos querem roubar e, agora, querem obrigar os reformados a ficar em casa a olhar pelos netos, enquanto acabam com a escola pública", disse.

Para Elisa, administrativa no Hospital de S. João de 57 anos, "o facto de não ser reformada não impede de lutar pelos reformados", até porque o próprio marido está já aposentado e "tem sido altamente penalizado".

"Sentimos imenso no nosso salário, até porque temos um filho que, como se chama agora, é um 'nem-nem'", disse à Lusa, em referência à camada jovem da sociedade assim denominada por nem estudar nem trabalhar.

Os manifestantes fizeram-se ouvir ao longo de cerca de uma hora enquanto envergavam uma faixa em que se lia "Contra o Governo os reformados lutam: é preciso mudar de rumo", antes de se prepararem para outra concentração, desta feita na Praça da Batalha, agendada para as 17:00.

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