Cavaco Silva foi "derrotado", diz União de Sindicatos do Porto/CGTP-IN

| Política
Porto Canal com Lusa

Porto, 24 nov (Lusa) -- O coordenador da União de Sindicatos do Porto considerou hoje que Cavaco Silva (PSD) foi "derrotado" ao indigitar António Costa (PS) e alertou os portugueses para não votarem em Marcelo Rebelo de Sousa, que classificou de "cópia de Cavaco".

"Mais vale tarde do que nunca e também ele derrotámos. É verdade que em 04 de outubro derrotámos o Governo PSD/CDS-PP, em 10 de outubro voltámos a derrotá-lo e hoje também derrotámos Cavaco Silva", declarou à Lusa João Torres, coordenador da União de Sindicatos do Porto/CGTP-IN, à margem de uma concentração de trabalhadores que decorreu hoje na Rua de Santa Catarina, no Porto.

Com a frase "Cumprir a Constituição. Afirmar os direitos e valores de Abril pela mudança de política" inscrita numa faixa de vários metros de comprimento e suportada pelas mãos de vários trabalhadores, João Torres afirmou que Cavaco Silva andou a brincar com os portugueses ao demorar tanto tempo para indigitar o socialista António Costa para primeiro-ministro.

"Aquilo que a gente lamenta e que pelos vistos não o perturba neste momento, é que tem andado a adiar, de alguma forma até a brincar com os portugueses, considerando que há uns que valem mais, que 107 vale mais que 123, enfim problemas de matemática que num economista não caem nada bem", ironizou o sindicalista.

"Eu sabia que o Cavaco Silva tudo iria fazer para não fazer aquilo que devia fazer e que acabou por fazer, porque foi pressionado, porque não havia outra alternativa no contexto constitucional", acrescentou.

Questionado pela Lusa sobre se considera que o futuro dos trabalhadores poderá ser melhor com a nova solução de Governo, o dirigente sindical espera com esta mudança seja "séria e a sério".

"Que essa mudança signifique melhores condições de vida e de trabalho para os portugueses, para os trabalhadores, para os jovens, enfim e que o país se desenvolva ao ponto de poder acolher de novo aqueles que foram obrigados a fugir", defendeu.

João Torres disse que devem ser "revertidas tantas maldades que foram feitas nos últimos quatro anos por um Governo PSD/CDS, com a cumplicidade do Presidente Cavaco Silva".

O sindicalista alertou os portugueses para não repetirem o "erro" de colocar em tão alto cargo da nação uma personalidade do mesmo tipo".

"Lamentavelmente tivemos um Presidente da República com estas características, esperemos que os portugueses não voltem a cometer o erro de colocar em tão alto cargo da nação uma personalidade do mesmo tipo", afirmou, considerando que o próximo Presidente da República tem de ser alguém que "olhasse para quem produz a riqueza de uma outra forma e não, por exemplo, Marcelo Rebelo de Sousa que é uma cópia, talvez mais elaborada, daquilo que é Cavaco Silva".

Sem apontar um candidato predileto, João Torres sustentou que as "candidaturas da direita não interessarão aos trabalhadores garantidamente".

O Presidente da República indicou hoje o secretário-geral do PS, António Costa, para primeiro-ministro, lê-se numa nota da Presidência da República.

Na concentração de hoje no Porto, a União de Sindicatos do Porto juntou algumas dezenas de pessoas que estiveram a ouvir discursar João Torres sobre os direitos dos trabalhadores, salários, emprego, horários, contratação coletiva e sobre a indefinição do Presidente Cavaco Silva.

CCM // ATR

Lusa/fim

+ notícias: Política

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".

Austeridade: programa de rescisões poderá conter medida inconstitucional - jurista

Redação, 06 mai (Lusa) - O especialista em direito laboral Tiago Cortes disse hoje à Lusa que a constitucionalidade da medida que prevê a proibição do trabalhador do Estado que rescinde por mútuo acordo voltar a trabalhar na função Pública poderá estar em causa.