Indigitação de Costa "será sempre politicamente ilegítima" para o CDS

| Política
Porto Canal com Lusa

O vice-primeiro ministro, Paulo Portas, afirmou na noite de terça-feira que a indigitação de António Costa como primeiro-ministro “pode ser formalmente constitucional” mas, para o CDS, “será sempre politicamente ilegítima”.

“A indigitação de António Costa pode ser formalmente constitucional. Para nós CDS, será sempre politicamente ilegítima e extrairemos sempre daí as consequências pertinentes”, afirmou o líder centrista no final de um jantar evocativo dos 40 anos do 25 de novembro que decorreu na noite de terça-feira no Porto.

Portas quis “apenas” confirmar “o que o CDS já disse” sobre a indigitação do líder socialista, dizendo não ser preciso “nenhuma criatividade especial para descrever os factos”.

“Nós respeitamos o Presidente da República porque somos um partido institucional [e] sabemos que tudo isto só aconteceu porque o PS se prevaleceu de uma circunstância excecional, a de o Presidente da República não poder convocar eleições nos últimos seis meses do seu mandato, prevaleceu-se do que era excecional para poder chegar ao poder, ignorando o voto popular”, frisou.

O ainda vice-primeiro-ministro destacou também que esta “é a primeira vez em 40 anos que é indigitado primeiro-ministro o perdedor das eleições, é a primeira vez em 40 anos que a maioria relativa que venceu as eleições é afastada para dar lugar a um governo da minoria relativa que perdeu as eleições”.

O centrista quis ainda deixar um “alerta” sobre a “utilidade dos sacrifícios que os portugueses fizeram” nos últimos quatro anos, assumindo-se “muitíssimo” preocupado que os mesmos possam “ser deitados fora e desperdiçados” por causa de “aventuras políticas”.

“Desde que começou esta ameaça de instabilidade política, já antes das eleições, e desde que se iniciou esta operação de levar ao governo ou à influência sobre o governo partidos completamente radicais, o que eu sei é que os indicadores económicos começaram a abrandar”, assinalou.

Portas começou o seu discurso no Porto lembrando o 25 de Novembro de 1975, os anos do PREC (Processo Revolucionário Em Curso) e o ‘verão quente’ e disse ter ficado “petrificado” quando percebeu na Assembleia da República que o Partido Socialista “se tinha recusado a evocar os 40 anos” da data.

“Que o PCP e o BE tenham um problema, até posso compreender (…) agora o PS, era um alvo daqueles que queriam em Portugal uma ditadura de esquerda”, recordou o líder do CDS, apontando que, em 1975, o PCP “foi fragorosamente derrotado” nas eleições pelo que “tentou vencer nas ruas com o poder das minorias”.

Paulo Portas disse ainda ser “muito estranho que o PS tenha desconforto com a evocação do 25 de novembro” e afirmou que se a atitude dos socialistas de 75 fosse a de hoje, “a liberdade n tinha triunfado”.

“Não se pode ter desconforto por causa dos companheiros de viagem, que esses sim, devem ter problemas de consciência”, sublinhou.

Também para o antigo deputado do CDS António Lobo Xavier, que falou momentos antes de Paulo Portas, o “embaraço do PS” é um “sinal preocupante” para o futuro do país que pode ver ameaçada a sua soberania e “os sacrifícios” feitos nos últimos anos para tornar Portugal livre e autónomo”.

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